A prefeita de São José, Adeliana Dal Pont (PSD), encerra 2019 como um ano tranquilo na gestão municipal. Isso porque, como procura enfatizar, não há pendências financeiras, o que se converteu em uma capacidade de investimento do município, melhoria dos serviços municipais e valorização dos servidores. Ela abre o último ano de sua gestão procurando terminar o extenso pacote de obras e entregar em ordem a administração para a próxima pessoa que sentar na cadeira que ocupa.
Correio – Como foi o trabalho da prefeitura ao longo desse ano?
Adeliana Dal Pont – Acho que a prefeitura conseguiu colocar em prática aquele planejamento feito desde 2018. No início de 2019 viabilizamos, depois entrou para licitação e tudo isso está em andamento. Em todas as áreas a gente conseguiu atender antigas reivindicações, como o caso do rio da Palha, que é um local onde a água entra nas casas e estamos fazendo uma grande galeria lá. Muitas coisas entraram para execução e também além disso todo o pacote do Mãos à Obra. Isso deixa numa condição tranquila de poder estar tudo em andamento e também já fazendo o planejamento de 2020.
Correio – Como foi a viabilização desse pacote de investimentos?
Adeliana – Primeiro a gente começou essa viabilização em 2013, um outro jeito de administrar o recurso público. Em todos os momentos a equipe bem consciente de como tem que ser gasto o dinheiro. Desde o projeto até a licitação envolve muitos setores e todos estão muito conscientes desse nosso compromisso. Essa soma de esforços é que viabilizou todo o pacote e eu fico muito feliz porque a gente vê por aí um bocado de gente com dificuldades de pagar os compromissos normais, que é folha, previdência e São José não está nesse mesmo patamar, estamos muito acima. O 13º já foi para a conta hoje (18/12), na próxima semana pago a folha de dezembro e todos os fornecedores, assim vamos entrar em 2020 numa situação muito tranquila.
Correio – Qual a principal captação de recursos desse pacote?
Adeliana – Recursos próprios, tem recursos de financiamento com a Caixa Econômica, que só foi possível porque a prefeitura tinha condições de pegar o financiamento. Teve retorno da câmara, que faz parte de recursos próprios, e também de convênios, por exemplo com a Casan, que estragou nossas ruas e agora estamos fazendo convênio para ela arrumar.
Correio – Da Casan é na ordem de quanto?
Adeliana – R$ 8 milhões.
METAS
Correio – Quais os principais objetivos alcançados nesse ano?
Adeliana – O mais importante foi viabilizar esse montante de obras, conseguir o planejamento, o projeto e começar a execução. Foi algo que normalmente teria que demorar mais do que o período que a gente conseguiu fazer. Também ver a satisfação da comunidade com esses investimentos. Tenho escutado muitos agradecimentos da comunidade, isso é bem importante para a gente continuar trabalhando.
SERVIÇOS DE SAÚDE
Correio – As críticas recentes tratam de filas na saúde. Como isso está sendo resolvido?
Adeliana – Durante 10 anos a cidade não construiu nenhuma unidade de saúde. De 2013 para cá eu abri nove postos de saúde e estou com mais três unidades em construção, então vou deixar com toda a rede implantada para atender a nossa população de verdade, e também só no mês de setembro eu contratei em torno de 40 novos médicos e isso é que vai fazer a fila não existir, além de cada equipe normal de saúde da família das unidades. Ainda a gente está com profissional extra para que essa fila não aconteça.
Correio – Uma das estratégias foi implantar as Organizações Sociais. O modelo será ampliado para alguma unidade ou serviço?
Adeliana – A princípio não. A gente tem 40 médicos por uma OS e a UPA, porque a chamada dos profissionais num concurso é muito longa. O profissional médico é mais escasso, a gente então usou a OS para isso e também da UPA por ser uma necessidade, mas a princípio vai ficar nesses dois.
Correio – Em relação aos servidores efetivos, quais as conquistas?
Adeliana – As conquistas são por categorias, eles já tem um plano de cargos e salários, que era para ser implantado em quatro anos, e eu comecei a implantar desde 2013 de uma vez só, e depois algumas categorias precisavam de uma atenção especial. Uma delas foi a educação, que teve bastante empenho por parte desta administração para que pudesse melhorar as condições do educado. Teve uma lei aprovada em dezembro a respeito de especialidades com uma tabela de incorporação no salário. A guarda municipal também tem um plano de cargos, enfim, em muitas categorias houve bastante melhorias. Mais que isso é o salário religiosamente na conta.
2020
Correio – Qual o planejamento para o ano que vem?
Adeliana – Continuidade do pacote de obras e o lançamento de outras, principalmente na área de pavimentação, a recuperação da Casa Moreira e pelo menos mais três parques, Ceniro Martins, Sertão do Maruim e Potecas, além dos que estão neste planejamento, que é o de Areias, em construção, Francisco Nappi, em execução, e escolha no próximo dia 20 da empresa do parque da Fazenda Santo Antônio e recuperação da Praça das Orquídeas, no Bela Vista.
Correio – Como a senhora vê esse plano de transporte coletivo e a potencialidade de São José no contexto da região?
Adeliana – Na questão da mobilidade é importante que a gente consiga fazer alguns planos com Florianópolis. Estamos nessa conversa, tentando começar essas tratativas para que ações aqui possam ser feitas da mesma forma em Florianópolis, como corredor de ônibus exclusivo, para que o trânsito flua de forma melhor. O transporte coletivo acho que a única solução para que ocorra de verdade é da forma como estamos fazendo, com o governo do estado capitaneando e com todos os prefeitos envolvidos nessa possibilidade. A gente torce pela agilidade do estado. Eu confio que vai dar certo porque a gente tem a região metropolitana e todos os prefeitos sentem na mesma mesa para discutir esse assunto.
Correio – Qual o norte do trabalho que tem que ser desenvolvido nos próximos anos?
Adeliana – Acho que a cidade, primeiro se ela tiver bons serviços, como estamos construindo, é mais fácil também chamar novas empresas, porque as pessoas precisam do emprego. Isso faz com que a autoestima do cidadão seja mais elevada, a cidade tem que ter emprego para todos. A gente vai assinar nesta semana uma lei de diminuição da cobrança do ISS para empresas de TI, para poder facilitar a chegada dessas empresas. Isso abre campo de trabalho principalmente para jovens. A cidade precisa se reinventar todos os dias para girar essa fábrica de empregos e para isso tem que ter bons índices, se ela tem escola disponível, tem saúde disponível, as empresas buscam a cidade para se instalar.
Correio – São José deve fechar o ano com bom saldo de empregos. A que credita o resultado?
Adeliana – Neste mês apenas duas unidades vão gerar 500 empregos. A cidade quando tem esse nível de satisfação da comunidade e tem índices bons como tem São José, índice de desenvolvimento urbano e bons indicadores, isso atrai as empresas. Quando vêm empresas eu chamo o secretário e acolho porque é importante para receber e movimentar a cidade.
