São José completa 270 anos nesta quinta-feira (19/3). Na segunda (23), é a vez de Florianópolis, aniversariando 347 anos. As comemorações neste ano serão atípicas, dada a pandemia de coronavírus. Praticamente tudo que envolve o convívio está suspenso, pois o distanciamento social é a forma mais eficaz de se evitar mais contágios.
Assim, quem quiser comemorar o aniversário de cada um dos municípios terá de fazê-lo em casa, com poucas pessoas. Shows estão cancelados. Bares, restaurantes, casas noturnas e demais espetáculos com público estão com restrições.
Ao mesmo tempo em que paira uma atmosfera de tristeza e incerteza por todo o mundo, evidencia-se que, como sociedade, municipal ou mundialmente, somos uma só. O momento é de compreensão e conduta correta, porque o que afeta um, afeta a todos.
Passada a pandemia, com esperança dos menores males possíveis, e a volta ao cotidiano normal, a cidade de São José segue com bom crescimento e índices de vida. Sem dúvida um local amado, bem quisto e, de certa maneira, disputado.
Parabéns, São José.
Uma breve história de dois séculos e sete décadas
Até meados do Século XIX, São José cresceu isolada. Além do distrito Sede, criado em 1833, tinha outro núcleo urbano populoso que era o distrito de João Pessoa, que depois foi incorporado por Florianópolis e transformado no bairro do Estreito, em 1943.
Nessa época, havia em São José a Casa de Câmara e Cadeia, sobrados, o Theatro Adolpho Mello e o atracadouro de barcos no trapiche do Centro. O local era bastante utilizado para abastecer com potes de barro a região nos séculos 18 e 19, além da produção agrícola, pesca, serraria e matadouro.
As ondas imigratórias começaram em 1829 com os alemães e mais tarde com italianos, árabes, franceses e espanhóis. No ano de 1840 cerca de 21% da população, de 10.419 habitantes, era de escravos.
Já o século 20 foi marcado pelo fim das atividades portuárias e um período de declínio. O transporte marítimo foi abandonado e passou a predominar o transporte rodoviário, dirigido para o aterro da Baia Sul, em Florianópolis, com a construção da ponte Hercílio Luz, em 1926.
Na década de 30 as linhas diretas de ônibus e de transporte rodoviários fizeram com que São José perdesse importância como entreposto comercial e assim perdurou um processo gradativo de estagnação econômica.
O êxodo para São José
Foi a partir da década de 50 que a cidade começou a viver uma grande atividade imobiliária, com invasões, loteamentos clandestinos e localização de população de baixa renda composta por muitos imigrantes, sem investimento de infraestrutura e serviços urbanos.
Esse quadro se repetiu na década de 60 e 70, com o incremento da migração rural-urbana, das ocupações clandestinas e ocorrência de transbordamento da população de baixa renda para São José.
Em 1960, São José possuía 31.192 habitantes e, a partir de 1970, o município tornou-se polo receptivo do êxodo rural para a Grande Florianópolis. Em 1970, São José já possuía 42.235 habitantes. Passou a receber a alcunha de “cidade dormitório”.
Com expansão urbana ao longo da BR-101 (concluída em 1971), São José foi definida para sediar os distritos industriais da área conurbada. Era o reinício econômico do município.
A economia passou a crescer, incrementada pela facilidade de acesso rodoviário, incentivos fiscais, mão de obra barata e legislações restritivas a indústrias na Ilha. Em cinco anos, de 1970 a 1975, houve aumento de 21,24% nas atividades industriais.
Desenvolvimento
Em 1977 foi construído o Kobrasol – área onde funcionava o Aeroclube de Santa Catarina – possibilitando expansão imobiliária mais ordenada.
Até 1980, o perfil do município era residencial, com grande fluxo de mão de obra de baixa renda. A partir de 1991 houve um crescimento da classe média e a expansão da oferta de imóveis, iniciando o processo de verticalização da cidade, mais acentuado ainda na primeira década do século XXI e que ainda permanece.
Nos últimos 30 anos, a cidade passou a ter uma mão de obra mais qualificada e incremento da qualidade de vida.
São José é, hoje, o 4º município em população e 5ª economia de Santa Catarina em relação ao PIB, de acordo com o IBGE. É uma cidade dinâmica, com forte crescimento e cada vez mais importante no contexto catarinense e nacional. Em 2019 a estimativa era de 246.586 habitantes.