Com a perspectiva de forte queda de arrecadação para os próximos meses, o governo do estado deverá rever programas e ações que estavam planejadas. De acordo com o governador, Carlos Moisés, no primeiro momento a prioridade é dar reforço no quadro de funcionários da saúde e nas estruturas já existes no estado.
Isso significa que o ingresso de servidores para a segurança pública pode ser suspenso por exemplo, como o chamamento de soldados para a Polícia Militar. Moisés diz que é a arrecadação de março, com reflexo em abril, que deverá ditar o rumo do que o governo vai enxugar.
Em entrevista coletiva online nesta terça-feira (31/3), ao atualizar o número de casos em Santa Catarina, Moisés falou sobre o tema e também sobre a criação do grupo de estudo sobre a crise da pandemia de coronavírus, no qual colocou a responsabilidade de indicar as ações de reabertura das atividades econômicas.
Correio – Com a perspectiva de queda na arredação nos próximos meses, quais ações de governo podem ser canceladas ou suspensas neste ano? Por exemplo o chamamento dos concursados para a PMSC?
Carlos Moisés – O estado vai passar sem sombra de dúvida por uma situação complicada. Nós entendemos que o governo federal tem que assistir não só estados e municípios, mas também as pessoas vulneráveis. O governo de Santa Catarina já percebe uma diminuição no faturamento de diversas atividades, impactando diretamente na arrecadação dos cofres públicos. O orçamento do próximo mês será fortemente impactado, com uma série de ações que nós vamos precisar readequar para que a gente possa cumprir com os nossos compromissos. Nós temos um grande desafio, que é cumprir com os compromissos que existem hoje. Então naturalmente se torna muito difícil a gente estar nos comprometendo com a entrada de novos servidores, à exceção obviamente dos servidores da área da saúde, que eventualmente a gente vai ter que fazer isso com contratações, chamamentos especiais, contratações temporárias, dependendo do que a gente demandar, ou até mesmo compra de pacotes, como já foi mencionado, de hospitais de campanha, que inclusive já vem com efetivos. Isso tudo são ações cogitadas pelo governo, programadas e que não são as prioritárias, porque nós temos uma grande rede de hospitais, tanto públicos, quanto filantrópicos, que estão conveniados com o governo de Santa Catarina. Em casos excepcionais é que se partiria para contratações que estão fora do nosso sistema. E a gente sabe que temos um desafio muito grande na questão financeira do estado. primeiro fortalecer a saúde, cuidar dos nossos profissionais da saúde, protegê-los.
Grupo para preparar a reabertura: o quê, quando e como
Nesta terça (31) pela manhã, o governo voltou a reunir o grupo de trabalho para discutir o “plano de convívio com o vírus – como diz Moisés –, que inclui atividades econômicas.
A novidade foi a adição de representantes da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) e de entidades empresariais no debate sobre os próximos passos da futura abertura econômica em meio à pandemia da Covid-19.
A reunião dessa terça foi conduzida pelo chefe da Casa Civil, Douglas Borba, que anunciou que o grupo passará a se reunir todos os dias, sob o comando do secretário da Fazenda, Paulo Eli.
Segundo Borba, embora as medidas de restrição sigam vigentes em todo o território catarinense, é preciso preparar desde já a reabertura do Estado. Três questões são essenciais nesse ponto: o que será aberto? Quando isso acontecerá? E como, com quais medidas de segurança?
“Juntamos nesse grupo de trabalho as principais entidades do setor produtivo, um representante da Alesc e a Fecam, representada pela prefeita Adeliana Dal Pont, de São José. Precisamos buscar um equilíbrio entre saúde da população e a economia, para que possamos nos recuperar o mais rapidamente possível dessa crise”, afirmou Borba.
Sobre a reunião do grupo, Moisés disse na entrevista que foi discutida a proposta da volta às aulas no estado em 22 de abril.
A prorrogação do decreto de quarentena por mais sete dias é válida a partir desta quarta-feira (1/4).