Através de conteúdo publicitário pago em um portal de notícias, a prefeitura de Florianópolis diz que vai fazer 13 mil testes rápidos de coronavírus. Antes, o prefeito, Gean Loureiro (DEM), falava que aplicaria 150 mil testes.
A propaganda da prefeitura não deixa de citar o número de 150 mil testes como uma intenção para o futuro, mas destaca que “ao todo” serão 13 mil, uma redução de 91% na estratégia de testagem em massa. Não são citados prazos, apenas que a prefeitura quer testar 1 mil a 1,5 mil pacientes por semana, a partir dessa, e que os 150 mil testes – a ação em massa a exemplo de outros países – se darão “em diferentes fases da doenças”.
Loureiro reitera na propaganda que há três critérios para a compra de testes por parte de sua administração: preço, prazo e registro da Anvisa.
Porém, a empresa que Loureiro tinha intenção de dar preferência, estabelecida no Sapiens Parque, no Norte da Ilha, ainda não tinha o aval da agência reguladora para vender os testes de coronavírus. O prefeito também propunha que fosse essa empresa a fornecedora de testes rápidos para outras cidades da região, em uma estratégia de testar e controlar o vírus na área conurbada da capital.
Sabe-se que há uma alta demanda pelos insumos em todo o planeta e que os preços foram elevados abusivamente pela indústria. Também, com a situação crítica, os governos não têm tempo hábil para abrir licitações de compra de testes, fazendo a transação diretamente com os representantes comerciais.
Segundo a prefeitura, os 13 mil testes foram comprados de empresas catarinenses pelo valor de R$: 1.612.500,00. Já os 10 mil testes de PCR tiveram custo de R$ 1,5 milhão, adquiridos de um fornecedor de São Paulo. O Ministério da Saúde não enviou ainda nenhum teste para Florianópolis, mas verba de R$ 1 milhão para aquisição desses, bem como gastos gerais com pessoal e EPI.
Estratégia de contenção
A estratégia de testagem em massa é umas das “boas práticas” na tentativa de conter a pandemia e ao mesmo tempo permitir a reabertura do comércio de forma segura. Os testes de antígeno (os testes rápidos) dão resultado entre 15 e 30 minutos. Esse tipo de teste pode ser eficaz a partir do quinto dia de infecção pelo novo coronavírus. Antes, apenas os testes de RT-PCR podem fazer a confirmação. A prefeitura da capital também diz que conseguiu comprar 10 mil testes PCR para rodar em laboratório.
Até este domingo (5/4), a capital catarinense tinha 94 casos de coronavírus confirmados.