Gestores apresentam plano de mudanças na Ceasa de São José

O secretário de Estado da Agricultura, Ricardo de Gouvêa, e o diretor presidente da Centrais de Abastecimento de Santa Catarina (Ceasa), José Angelo Di Foggi, participaram da reunião da comissão de agricultura da Alesc na manhã de quarta-feira (26/8). Eles apresentaram aos deputados um plano para melhoria da eficiência da unidade de São José e aumento da participação dos agricultores catarinenses.

As novas ações administrativas visam ao cumprimento de determinações dos órgãos de controle (Ministério Público e Tribunal de Contas) sobre a rotina operacional do pátio da Ceasa, de acordo com o presidente. Será realizada uma licitação para contratação de empresa especializada no gerenciamento de resíduos e destinação final e uma licitação para contratação de serviços de asseio e conservação. Também será rescindido o acordo de transferência de responsabilidade celebrado com a associação dos usuários, de 1997, que não tem respaldo legal, conforme o Tribunal de Contas.

A Ceasa é uma empresa de economia mista, com participação majoritária do Estado, com sede em São José e filiais em Blumenau e Tubarão. Em 2019, as três unidades comercializaram 412,9 mil toneladas de produtos. Hoje, o volume de produtos da agricultura familiar catarinense comercializado no local equivale a 20% do total. “O nosso grande objetivo é abrir espaço ao pequeno produtor. A mudança na gestão deve caminhar para isso”, disse o secretário Gouvêa.

galpão da ceasa visto de cima com caixas empilhadas e movimentação de pessoas
Ceasa de São José – Lucas Cervenka/CSC

“À margem da gestão”

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Questionado pela deputada Marlene Fengler (PSD) sobre a participação do agricultor catarinense, o secretário explicou que o órgão por muito tempo “ficou à margem da gestão pública”, restando um pequeno espaço ao agricultor familiar. Toda a estrutura está voltada ao grande comerciante, que também é importante, uma vez que garante o equilíbrio do preço, segundo Gouvêa. “Agora é preciso fazer uma correção de rumo, que é necessária não só pela determinação dos órgãos de controle, mas porque o Estado tem 80% de produção na agricultura familiar”, explicou.

Quanto à terceirização da gestão de resíduos e dos serviços de asseio, Di Foggi assegurou que haverá melhoria de eficiência sem aumento de custos para os comerciantes e agricultores. Ele exemplificou que hoje todo o resíduo de material orgânico gerado na Ceasa acaba no aterro sanitário. Além de descumprir a legislação ambiental, há desperdício, uma vez que o resíduo poderia ser aproveitado para compostagem.

deputado milton schaeffer usando máscara em sala da alesc sentado em bancada e telão ao fundo. homem parado na porta
Deputado José Milton Scheffer esteve no comando da reunião virtual da comissão de agricultura da Alesc que discutiu nessa semana possíveis mudanças na Ceasa – Bruno Collaço/Agência AL/Divulgação/CSC

Mudanças possíveis

O presidente da comissão de agricultura, deputado José Milton Scheffer (PP), questionou se haverá modernização dos equipamentos utilizados, considerados obsoletos. O secretário de Agricultura confirmou que a licitação deve garantir isso porque empresas atuantes na gestão desses espaços possuem tecnologias mais eficientes e que reduzem custo operacional. Scheffer reconheceu o trabalho que vem sendo realizado na empresa. “Diante da pandemia e de todos os problemas enfrentados, não tivemos nenhuma notícia de que faltou alimento ou de que houve contaminação expressiva de pessoas naquele ambiente.”

Sobre as mudanças administrativas, o deputado Neodi Saretta (PT) considerou que as questões legais precisam ser resolvidas. “A Ceasa tem um papel importante para a agricultura catarinense. Esperamos que seja a melhor solução para os produtores e também para a Ceasa”.

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FONTEAgência AL
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