Servidores da Comcap protestam contra projeto que fará cortes de benefícios

Servidores foram em passeata bloqueando temporariamente a Ponte Pedro Ivo

Os servidores da Comcap estão mobilizados contra um pacote de mudanças na autarquia proposto pela Prefeitura de Florianópolis. Em passeata do pátio do Limpú, no Continente, para o Centro, passaram na manhã dessa quinta-feira (21/1) pela Ponte Pedro Ivo Campos, bloqueando temporariamente o trânsito, porém causando grandes filas na Via Expressa. Às 14h os servidores fazem ato em frente à Câmara Municipal de Florianópolis.

Os servidores estão em greve por tempo indeterminado e procuram chamar a atenção contra o pacote de enxugamento de benefícios na Comcap, medida proposta pelo prefeito, Gean Loureiro, e que deve ir à votação na Câmara de vereadores na próxima segunda-feira (25). Na terça-feira (19), pelo menos 47 gerentes e diretores da Comcap entregam seus cargos em repúdio ao projeto.

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Nessa quarta, os sindicalistas em greve já haviam protestado contra a imprensa, no alto do Morro da Cruz, alegando inequidade editorial. À noite foi registrado um incidente na farmácia de Renato Geske, relator do projeto na câmara, que diz que um sindicalista atirou uma pedra contra seu comércio na tentativa de intimidá-lo.

De acordo com o Sintrasem (Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis), alguns pontos do pacote de cortes na Comcap incluem corte de direitos e aumento da participação privada dentro do serviço público. Ao mesmo tempo, diante da falta de recolhimento do lixo por conta da greve, a prefeitura trabalha emergencialmente com uma empresa privada. O Sintrasem alega que a Amazon Fort Soluções Ambientais, empresa contrata emergencialmente, é inidônea.

Prefeitura quer cumprimento total de horário

De acordo com a Prefeitura de Florianópolis é normal que funcionários da coleta de resíduos da Comcap trabalhem com uma carga horária menor do que a contratada pelo município porque acordos coletivos do passado permitem que, ao finalizar os roteiros de coleta, os trabalhadores possam ir para casa. Dessa forma, há motoristas, por exemplo, recebendo um salário de R$ 11 mil para seis horas, que acabam trabalhando em uma média de três a quatro horas por dia.

Apesar de não ser ilegal, diz a prefeitura, por conta de acordo coletivo o modelo acaba trazendo prejuízos para o município e para o próprio trabalhador, já que o serviço é feito de maneira mais rápida, provocando mais acidentes de trabalho e prejuízos em equipamentos da Comcap. A Prefeitura acredita que boa parte da manutenção de caminhões se deve ao método apressado em coletar os resíduos, já que os trabalhadores podem ser dispensados após o cumprimento do roteiro.

Com o projeto de lei que revê uma série de benefícios o poder executivo municipal também quer mudar esse modelo e obrigar que o trabalhador façam as horas determinadas em seu contrato de trabalho. Ou seja, se é pago para trabalhar 6 horas, terá que cumpri-las na plenitude. Além disso, quando convoca um trabalhador para fazer hora-extra, a prefeitura obrigatoriamente tem que pagar, no mínimo, por 6 horas-extras, mesmo que o trabalhador faça apenas 1.

Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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