A Operação Maserati, deflagrada contra o PCC (Primeiro Comando da Capital) nessa quinta-feira (25/2), busca cumprir 284 mandados – 142 de prisões e 142 de busca e apreensão – em 45 cidades de seis Estados: São Paulo, Paraná, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. No total, 120 pessoas foram presas na operação, sendo que 62 já estavam em prisões. A ação foi coordenada pelo Gaeco, com auxílio de diversas forças policiais.
O Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco) identificou que a facção criminosa tinha como objetivo a expansão da atuação no Estado de Santa Catarina, com foco na região de fronteira entre as cidades de São Miguel do Oeste, Chapecó e Dionísio Cerqueira. Joinville também era um foco em razão da proximidade dos Portos de Santa Catarina e Paraná e de Florianópolis.
A Operação foi batizada de Maserati em alusão ao nome escolhido pela facção para identificar o Estado de Santa Catarina. A facção criminosa dava nomes de carros aos estados. Em coletiva na tarde desta quinta-feira (25/2), foi detalhada a participação de cada uma das instituições na megaoperação e como a facção criminosa atuava.
A investigação teve duração de nove meses e identificou que para gerir a atividade criminosa foram criados cargos e funções, tal qual uma empresa. No total, foram identificados 18 cargos, como um específico para cadastros de potenciais faccionados, outro para gerir a venda de drogas e um para tratar de assuntos que envolviam todo o sistema prisional. “Na investigação, verificamos que em outros estados, onde a facção já atua há algum tempo, existem mais cargos. Aqui em Santa Catarina a estrutura ainda estava enxuta e ia crescendo conforme evoluíam os batismos”, afirmou o delegado Eduardo Mattos, integrante do núcleo Gaeco São Miguel do Oeste.
No decorrer da investigação foram identificados e presos faccionados espalhados em diversas cidades dos estados da federação, mas que atuavam em Santa Catarina. Além da identificação dos faccionados, foram apurados onze homicídios, quatro tentativas de homicídio e diversos roubos. Sobre os próximos passos da investigação, o promotor de Justiça Marciano Villa afirmou que “assim que houver a conclusão do inquérito pelo Gaeco, teremos os prazos legais, para que junto com os demais Promotores de Justiça, analisarmos todos os fatos para fazer o enquadramento legal dos crimes cometidos pela facção”.