Completando 95 anos da inauguração nesta quinta-feira (13/5), a Ponte Hercílio Luz deve passar em definitivo para a tutela do estado, após formalização com o termo de recebimento da obra de recuperação (ao custo de R$ 484,8 milhões), que está sob responsabilidade da empresa Teixeira Duarte.
Com a transferência da guarda vem a obrigatoriedade de fazer o que não ocorria: manter o patrimônio bem cuidado, com a devida manutenção. Para isso acontecer a Secretaria de Infraestrutura e Mobilidade (SIE) pretende licitar a contratação dos serviços de manutenção, ainda sem valores revelados.
O patrimônio pênsil catarinense foi reaberto em dezembro de 2019, após passar por interdições na década de 1980 e posteriormente em 1992. Na época de reabertura, o governador, Carlos Moisés, falava que a ponte “se sustentaria”, isto é, que geraria dinheiro “próprio” para sua manutenção com possível aluguel dos espaços comerciais nas cabeceiras insular e continental. Foram alardeados diversos projetos e concluídas duas sondagens de mercado.
Até agora, passado quase um ano e meio da reabertura, o governo estadual e a prefeitura de Florianópolis – que também tem suas ideias para o cordão umbilical da cidade – não se alinharam para fazer dar certo esse projeto, com a instalação de restaures e bares no entorno e de atrações interativas.
Finaliza um trabalho, iniciam outros
De acordo com a SIE, há uma tratativa com a empresa Teixeira Duarte para a conclusão de alguns serviços, como na parte elétrica, que recompõe a fiação danificada por furtos de cabos e que afeta a iluminação funcional da ponte. A previsão é que esses trabalhos sejam concluídos na próxima semana. Assim que o estado passar a ter responsabilidade total sobre a ponte, há a previsão de lançamento de contratos de manutenção, sem valores revelados à reportagem.
Serviços na ponte
Na parte de manutenção, os serviços vão de pintura a substituição de parafusos, com inspeções mensais. A previsão de vigência do contrato de manutenção é de três anos.
Em relação à iluminação cênica, o serviço segue paralisado desde novembro do ano passado, quando o governo rescindiu o contrato com a empresa responsável pela instalação, pois as luminárias e projetores não atendiam o projeto. Ainda assim foram gastos R$ 1,2 milhão nesse contrato. A questão está judicializada e a SIE pretende refazer a licitação (à época um contrato de R$ 7,6 milhões).
Na segurança, entre os serviços previstos no projeto de manutenção contínua está a vigilância com profissionais contratados pela prestadora do serviço. O contrato prevê duas guaritas de vigilância nos acessos da ponte para evitar depredações e mais furtos de fiação.
Há também a possibilidade de ocupação do policiamento ostensivo nas três pontes (Colombo Salles, Pedro Ivo e Hercílio Luz). Segundo o comandante Polícia Militar Rodoviária, coronel Marcelo Egídio Costa, por estarem sob a jurisdição da SIE, o policiamento nas três travessias é de competência da PMRv. Ele ainda aponta que o estudo está em fase inicial, mas deve contemplar o policiamento constante, além da implantação de videomonitoramento, com câmeras de reconhecimento de placas de veículos e câmeras de reconhecimento facial nas passarelas de pedestres.
Tráfego liberado
No dia do aniversário de 95 anos, foi liberado o tráfego de todos os veículos na ponte. Anteriormente podiam circular apenas carros em horário específico e com mais de uma pessoa, além da permissão geral para ônibus, táxis e veículos oficiais. Aos fins de semana e feriados, continua a exclusividade para pedestres e ciclistas. Segue proibido o tráfego de motocicletas.
Por Ana Ritti e Lucas Cervenka – redacao@correiosc.com.br
