Vereadores da oposição na capital acusam prefeito de copiar projetos do legislativo

No caso do auxílio emergencial, eles alegam que a base do governo rejeita propostas da oposição para que projetos "idênticos" do executivo tramitem

O auxílio municipal emergencial (AME) de Florianópolis, aprovado no mês passado, voltou a ser pauta na câmara de vereadores nesta terça-feira (15/6). As propostas do PSOL para ampliação no número de contemplados e de parcelas do benefício tiveram parecer contrário na comissão de constituição e justiça, mas ainda assim entraram na ordem do dia na sessão de terça. A ampliação foi rejeitada por 13 votos contra 6. Vereadores da oposição dizem que o prefeito Gean Loureiro apresentou propostas iguais a da oposição, que não avançaram com a base do governo na câmara, mas que posteriormente o grupo político que controla a capital apresenta projetos similares para “ser o pai da criança”.

A oposição reagiu nas nas redes sociais ao que chamaram de manobra, já que esperava-se, após o parecer contrário, que a matéria voltasse aos autores. A co-vereadora do mandato Coletiva Bem Viver, Livia Guilardi, postou: “As manobras da câmara municipal para garantir a propaganda do prefeito marketeiro: melhorias ao auxílio emergencial não podem ser aprovadas com propostas da oposição, então, a jogada é derrubar o projeto do PSOL e propôr um igual!”. Para o vereador Afrânio, o projeto da prefeitura deveria ser apensado ou anexado ao do PSOL, mas isso “daria projeção para a oposição o que é inadmissível para o prefeito e para os vereadores que estão na base do governo”.

vereadores sentados nas bancadas da câmara de florianópolis separados por vidros, usando máscaras
Câmara de Florianópolis é controlada pela base de apoio ao prefeito, que impede projetos da oposição para depois copiá-los – CMF/Divulgação/CSC

Na semana passada, o prefeito encaminhou um projeto semelhante ao do PSOL, que amplia o número de famílias atendidas pelo AME, passando de 1,8 mil para 2,6 mil beneficiados, considerando também os que entraram no CadÚnico em 2021.

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A vereadora Carla Ayres (PT), que publicou uma imagem do prefeito Gean Loureiro com a frase “mais uma proposta boa da oposição, vou copiar!”, falou ao Correio que “a manobra regimental feita ontem, pela maioria das (os) parlamentares, foi no sentido de mais uma vez derrubar uma proposta legislativa para que o projeto do prefeito idêntico pudesse tramitar”. Ela diz que o mesmo ocorreu com o próprio projeto do auxílio, que teve uma proposta neste sentido apresentada pelo PSOL. A criação de uma renda emergencial tramitava desde fevereiro, no entanto, o benefício só prosseguiu na casa quando o prefeito enviou a proposta do AME, em maio, em caráter urgente urgentíssimo.

Auxílio municipal

O benefício municipal ocorre em duas modalidades para famílias que estejam inscritas no CadÚnico. Na primeira, as famílias recebem cinco parcelas de R$ 300, e na segunda, as “mães solo” recebem R$ 375. Até o momento, estão aptas para receber a renda, famílias inscritas no CadÚnico até dezembro de 2020 com renda per capta de até R$ 178, e que não tenham recebido benefício do Bolsa Família e/ou auxílio emergencial do governo federal.

Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

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