A Secretaria de Estado da Saúde de Santa Catarina confirmou nesta terça-feira (20/7) a identificação dos primeiros casos importados da variante Delta do coronavírus no estado.
Tratam-se de cinco amostras de tripulantes do navio M/V Aristidis, que se está ancorado próximo ao porto de São Francisco do Sul, no litoral Norte. O navio, de bandeira do Chipre, chegou ao estado em 13 de julho, vindo da Austrália com saída registrada no mês de maio. Passou por Singapura, Índia, registrando a última parada na Ilha da Reunião, no continente da África, em junho. A embarcação cumpre o regime de quarentena.
O resultado do sequenciamento genômico foi confirmado no dia 20 de julho pelo Laboratório de Referência Nacional para Santa Catarina – a Fundação Oswaldo Cruz (FIOCRUZ) do Rio de Janeiro, que recebeu as amostras encaminhadas pelo Laboratório Lacen. Ao todo, 22 tripulantes estão no navio, 14 deles positivaram para coronavírus. Dentre eles, seis precisaram de internação hospitalar por apresentarem sintomas moderados, sendo encaminhados para o município de Joinville. Todos já receberam alta e retornaram para São Francisco do Sul com a recomendação de manterem isolamento no navio.
A VARIANTE DELTA
A variante Delta do coronavírus é da linhagem viral B.1.617, que apareceu na Índia em outubro de 2020. Em maio de 2021, após ser associada ao agravamento da pandemia, a cepa foi declarada como variante de preocupação pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Até 19 de julho foram confirmados 110 casos da Delta no Brasil.
Um estudo recém-publicado com a participação (Fiocruz) sugere que a variante Delta do coronavírus pode aumentar o risco de reinfecções. Segundo o estudo, o problema é mais facilmente observado em quem foi infectado antes pela variante Gama, identificada em Manaus e atualmente dominante no Brasil, assim como pela variante Beta, detectada pela primeira vez na África do Sul. Nesses casos, a capacidade de neutralizar a cepa Delta é onze vezes menor.
Já em relação à vacinação, um estudo da Public Heatlh England (PHE) mostrou que a aplicação de duas doses da vacina Astrazeneca apresenta 92% de efetividade contra a hospitalização pela variante Delta.
