O novo ensino médio passa a valer para 727 escolas estaduais de SC a partir de 2022. Com carga horária maior e escolha de disciplinas, o modelo já foi implementado em 120 unidades escolares do estado no ano passado.
A mudança nessa etapa de formação foi definida pela lei 13.415/2017, proposta pelo governo Temer, e desde então vem passando por implementações. Antes de entrar em vigor, professores expressaram preocupação com a evasão escolar no novo modelo.
As mudanças no ensino médio
Com a nova diretriz, o currículo do novo ensino médio em SC fica dividido entre a parte de formação geral básica e a parte flexível. Na primeira, há componentes da Base Nacional Curricular Comum, com as áreas de conhecimento de linguagens e suas tecnologias, matemática e suas tecnologias, ciências da natureza e suas tecnologias e ciências humanas e sociais aplicadas. Já na parte flexível, Santa Catarina adota os “itinerários formativos”, que compreendem: projeto de vida; segunda língua estrangeira, componentes curriculares eletivos (CCE) e trilhas de aprofundamento.
Os componentes curriculares eletivos têm 25 opções dentro das áreas de conhecimento, como investigação científica, matemática financeira, prática em libras, educação tecnológica e empreendedora. Esses componentes têm carga horária semestral e podem ser cursados a partir do 1º ano, para que o estudante tenha contato com conteúdos específicos dentro de seus interesses. Já no 2º e 3º ano, o aluno percorre as trilhas de aprofundamento, que contemplam uma ou mais áreas, podendo ser voltada para a formação técnica e profissional.
O anúncio e lançamento oficial do novo ensino médio em todas as escolas catarinenses ocorreu na última semana, com o governador, Carlos Moisés, o secretário de educação, Luiz Fernando Vampiro, e coordenadorias regionais de educação. No evento, Vampiro destacou os investimentos na área: “Temos dois eixos de desenvolvimento da educação. O primeiro é a infraestrutura escolar, para tornar o ambiente mais atrativo para os alunos. O segundo é o investimento em pessoas e no aperfeiçoamento profissional. Ao todo, estamos investindo cerca de R$ 1,4 bilhão”, diz o secretário.
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Evasão escolar
Entre as mudanças, há ainda a ampliação da carga horária mínima de 800 horas para 1.000 no ano que vem, devendo ser ampliada gradualmente para 1.400. Esse aumento gerou preocupações em professores da rede estadual, que antes da adesão ao novo ensino médio destacaram o problema da evasão escolar, principalmente entre os estudantes que trabalham, em audiência pública na Alesc, em 2019. Na ocasião, a gerente da SED, Maria Tereza Hermes, reconheceu a questão, mas admitiu não ter uma resposta.
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Atualmente, o problema de abandono escolar foi agravado pela pandemia da Covid-19, com atividades a distância e ensino híbrido. De acordo com o comitê de retomada das aulas presenciais em SC, no primeiro semestre deste ano, 2 mil alunos foram reintegrados às escolas, mas 8 mil ainda estavam afastados.
Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br