Com previsão inicial de vacinar contra a Covid-19 toda a população de 18 ou mais até o final de agosto, Santa Catarina começa o mês de setembro ainda com pendências na aplicação de doses no público jovem. Na região metropolitana de Florianópolis, as cidades de Palhoça, Biguaçu, São José e a capital seguem a vacinação em jovens maiores de 18 anos, com adesão que varia de 50% a 90% – o que significa que mais de 16 mil pessoas não foram vacinadas, seja por recusa ou por falta de doses.
O governo do estado, porém, considera que a etapa de vacinação de adultos está concluída e já abriu a possibilidade de aplicação da vacina em adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades nesta quarta-feira (1º/9), apesar de não haver doses para contemplar essa pessoas, por enquanto.
Adesão dos jovens na Grande Florianópolis
Dados dos municípios mostram que mais de 16 mil jovens ainda não tomaram vacina na Grande Florianópolis: 3,1 mil em Florianópolis, 7,1 mil em Palhoça, 5 mil em São José e 1,2 mil em Biguaçu. Nenhuma prefeitura confirma as recusas de vacinação, dado que só será mais palpável quando a campanha de vacinação terminar.
Em Florianópolis, dados municipais mostram que a cobertura com primeira dose em jovens de 18 a 24 anos é de 93,4%, com 3.189 da população estimada ainda sem a vacinação. A porcentagem é alta, mas ainda fica abaixo das outras faixas etárias, que ultrapassaram 100% (relativo à estimativa populacional do IBGE). Segundo a prefeitura isso ocorre porque a cobertura da vacina em pessoas de 18 e 19 anos teve início há menos tempo. “Hoje só estamos oferecendo D2 pois não recebemos mais doses, assim que recebermos deve abrir D1 e completar a cobertura dessas pessoas”, explica a secretaria de saúde. A aplicação da vacina em pessoas de 18 anos começou na última quinta-feira (26/8).
No município de Palhoça a vacinação no público de 18 anos ou mais teve início em 21 de agosto, com nova rodada de aplicação na última quinta-feira (26). Até o momento, apenas 52,2% da população de 18 e 19 anos recebeu a primeira dose, além de 68,9% na faixa de 20 a 24 anos. Somados, os grupos têm 64,5% de vacinados, mas ainda faltam 7.118 pessoas. De acordo com a prefeitura, “a adesão está sendo ótima, mas infelizmente não vacinamos mais esse público por falta de doses”.
Já em Biguaçu, a adesão à vacina do público de 18 e 19 anos é levemente maior que nas pessoas de 20 a 24 anos, em que a aplicação teve início primeiro, portanto com mais oportunidades vacinação. São 76,4% de vacinados no primeiro grupo (restando cerca de 1,2 mil), contra 74% do segundo. A população de 18 anos ou mais começou a receber as injeções contra Covid na quinta-feira (26), com nova rodada nessa segunda (30) e terça-feira (31). Antes disso, em 18 de agosto, pessoas de 21 anos ou mais puderam receber a primeira dose.
Segundo a prefeitura de São José, até agora adesão foi de 64% das pessoas com 18 anos e de 50% de quem tem 19 anos. Esse números significam que mais de 5 mil jovens não tomaram a vacina na cidade até essa quarta-feira. A prefeitura também destacou que a cobertura poderia estar maior, mas a quantidade de doses recebidas ainda não foi suficiente para finalizar essa fatia da população. Assim que chegar nova remessa, naturalmente, haverá um aumento na cobertura vacinal, informa o executivo municipal.
Próximas etapas de vacinação em SC
O governo estaudal afirmou nesta quarta que abriu a vacinação dos adolescentes de 17 até 12 anos, que receberão exclusivamente o imunizante da Pfizer, único autorizado pela Anvisa para essas idades. Mas, por enquanto, não há lote para encaminhar aos municípios. A secretaria de saúde estaudual aguarda envio de novas doses por parte do Ministério da Saúde. Segundo estimativa do IBGE de 2020, há 549.894 adolescentes residentes em SC.
Paralelamente à vacinação dos adolescentes, os idosos com mais de 85 anos e com esquema vacinal completo há mais de seis meses começarão a receber mais uma dose de reforço (a terceira injeção). A prefeitura de Florianópolis emitiu comunicado afirmando que só vai receber a terceira dose quem recebeu a segunda do mesmo fabricante, isso porque muitas pessoas estão solicitando a intercambialidade de vacinas.
Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br