Empatia, amor, carinho e dedicação. Essas são algumas das ferramentas essenciais de trabalho dos professores que atuam na Educação Especial. Para exercer sua função com qualidade, eles empregam muito mais do que o conhecimento técnico que aprenderam durante sua formação profissional.
“Na nossa área, o envolvimento vai muito além da tradicional relação aluno-professor. Precisamos proporcionar as melhores condições para o desenvolvimento e o aprendizado de cada aluno, respeitando necessidades e limitações individuais, e sempre pensando em estimular habilidades e potencialidades de cada um. Neste Dia do Professor, só temos a agradecer a esse profissional, principalmente ao da educação especial, que é fundamental no processo de inclusão social e educacional das pessoas com deficiência”, destaca Janice Krasniak, presidente da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE). Janice tem formação em Pedagogia com habilitação em Educação Especial e vivencia a prática da profissão desde 1985, quando iniciou sua carreira como professora de crianças com deficiência auditiva e visual no município de Três Barras.
Essa relação é vivenciada no dia a dia dos professores dos Centros de Atendimento da própria FCEE, em São José. Pedro Mayworm é professor no Centro de Educação e Vivência, onde trabalha com educandos diagnosticados com Transtorno do Espectro Autista e destaca a importância do papel dos professores para qualificar o exercício do eu social dos educandos fora dos muros da fundação. “Temos que perceber e olhar para a nossa formação enquanto educadores, que, às vezes, só aquilo que a gente teve de conhecimento (formal) não é o bastante. A gente precisa, sim, estar sempre em movimento buscando novos conhecimentos, sempre se atualizando, e buscando novas formas de intervir”, afirma.
Na Alesc: parabenização e pedido de melhorias
A celebração do dia do professor, nesta sexta-feira (15), motivou pronunciamentos parlamentares na tribuna da Assembleia Legislativa, durante a sessão ordinária desta quinta-feira (14). O deputado Dr. Vicente Caropreso (PSDB), que foi relator da comissão mista da Assembleia Legislativa que discutiu a construção de um novo plano de carreira para o magistério público, espera que o governo aproveite a data para apresentar o projeto que consolida a valorização do professor.
O parlamentar citou um estudo da Universidade de Harvard, que demonstrou que alunos expostos a bons professores na infância e na adolescência tiveram um aumento na chance de cursar boas universidades; de ter melhores salários; diminuição de risco de gravidez na adolescência e menor chance de viver em locais violentos. A educação, portanto, é uma ferramenta para a melhoria da qualidade de vida.
“Felizmente a educação catarinense vive um momento histórico de valorização. O governo catarinense definiu o mínimo remuneratório de R$ 5 mil para o professor com formação superior, que garantiu ganho salarial para mais de 60% dos professores”, disse Dr. Vicente. Mas é preciso ir além e garantir a descompactação da carreira e a valorização dos profissionais mais qualificados, acrescentou.
O deputado afirmou que a comissão mista construiu um relatório robusto e real para subsidiar o governo nesse processo. O relatório prevê a descompactação da tabela de vencimentos do magistério com a ampliação das letras na carreira e com a valorização dos profissionais com pós-graduação, garantindo 50% de diferença entre o professor com nível de ensino médio e o de licenciatura plena, e de 100% entre o professor com nível médio e o professor com doutorado. Hoje um profissional com doutorado na rede pública de educação recebe cerca de R$ 5 mil. Com a proposta da comissão, passaria a receber cerca de R$ 10 mil.
A categoria aguarda que o governo do Estado encaminhe projeto de lei para a Assembleia Legislativa contemplando essas propostas.
Governo anuncia incentivo de bolsas
Em comemoração ao Dia do Professor, o governador Carlos Moisés anunciou nesta sexta-feira, 15, novas ações para a qualificação dos profissionais da educação de Santa Catarina. O investimento do Governo do Estado inclui 1,1 mil bolsas de pós-graduação para professores, lançamento da Política para Formação Continuada e mais 900 bolsas de licenciatura em todas as regiões do Estado.
“Hoje é um dia especial para todos os professores de Santa Catarina. Como reconhecimento do trabalho desses profissionais, já implementamos a remuneração mínima de R$ 5 mil. E na próxima terça-feira iremos entregar à Alesc o projeto de lei da descompactação da tabela salarial dos professores, que vai fazer com que o professor doutor em fim de carreira não receba menos de R$ 11 mil. É valorização para qualificar a educação”, afirma o governador.
O secretário de Estado da Educação, Luiz Fernando Vampiro, destacou o trabalho dos professores para garantir o retorno das aulas presenciais, em 18 de fevereiro. “O esforço da categoria foi reconhecido pelo governador com a remuneração mínima e nos vários investimentos que temos em andamento. Mas estamos atuando em outras áreas, como as oportunidades de formação e aperfeiçoamento, uma reivindicação antiga da categoria e que irá contribuir com a melhora do ensino catarinense”.