TCE-SC reafirma providências para melhorar gestão do sistema prisional do Estado

    vista através de uma janela com grande de detentos uniformizados trabalhando em um salão
    Complexo Penitenciário do Estado (COPE), em São Pedro de Alcântara - Foto: Douglas Santos/TCE-SC

    Calcular mensalmente o custo total do preso no sistema penitenciário estadual e em cada estabelecimento penal e assegurar a adoção de sistemas e medidas de segurança contra incêndio e pânico nas unidades prisionais.

    Essas determinações, consideradas como não cumpridas pela Secretaria de Estado da Justiça e Cidadania (SJC), foram reiteradas pelo Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE-SC) durante a apreciação do 1º Monitoramento da auditoria operacional que avaliou o sistema prisional catarinense.

    O procedimento serviu para o TCE verificar o cumprimento do plano de ação apresentado pela SJC com o objetivo de atender 10 determinações e uma recomendação do órgão de controle externo voltadas a melhorar a gestão, a segurança e as condições de ressocialização dos internos do sistema prisional do Estado.

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    Segundo o relator da matéria, conselheiro substituto Gerson dos Santos Sicca, o monitoramento realizado pela Diretoria de Atividades Especiais (DAE) apontou que a maioria das providências estavam em fase de atendimento pela Secretaria, mas defendeu que todas fossem reiteradas pelo Tribunal. O Pleno, na sessão de 12 de setembro, determinou que a secretaria deverá encaminhar novo relatório de acompanhamento dos compromissos assumidos no plano. O documento será considerado pela DAE no 2º Monitoramento das ações propostas pela unidade gestora.

    Superlotação prisional

    Outros pontos da auditoria foram considerados cumpridos, mas não integralmente.

    Segundo o TCE, a disponibilização de vagas compatíveis com a necessidade do sistema carcerário, respeitando a natureza do estabelecimento (regime e gênero), é uma medida já adotada pela SJC.

    A Diretoria de Atividades Especiais (DAE) apurou que houve redução do percentual de superlotação — 61% na época da auditoria (2012) para 42% no monitoramento.

    Foram criadas 2.150 novas vagas, em 2016 e 2017, e, entre dezembro de 2012 até setembro de 2017, o número subiu de 10.503 para 15.757. Mas, ainda faltavam 6.691 vagas no sistema prisional catarinense, em 2017.

    “A superlotação mantém-se expressiva, havendo déficit de vagas, exceto para prisões provisórias”, salientou o relator, ao destacar que o problema também deve ser enfrentado com políticas públicas que possam evitar o encarceramento.

    Agentes penitenciários

    O relator, também com base no resultado do monitoramento da área técnica, considerou em cumprimento a determinação relativa à adequação da quantidade de agentes penitenciários à população carcerária dos estabelecimentos penais — presos provisórios e definitivos em regime fechado —, na proporção mínima de um agente para cinco presos.

    “Houve acréscimo no número de agentes prisionais em atividade no Estado e há iniciativas do Departamento de Administração prisional para aprimorar a proporção entre agentes e presos no sistema carcerário”, registrou.

    O TCE também constatou evolução no atendimento ao limite da capacidade das futuras unidades penais, como determinou o órgão de controle externo. A DAE apurou que os quatro estabelecimentos que serão concluídos — construção ou ampliação — em 2019, atenderão às regras de capacidade máxima estabelecidas e que, das cinco novas unidades prisionais entregues até setembro de 2017, apenas a Penitenciária de Chapecó extrapolava o número de vagas estabelecido.

    Quanto aos equipamentos de segurança e sistemas contra incêndio e pânico, o relator considerou a situação “gravíssima”. Em setembro de 2017, a Secretaria apresentou atestados do Corpo de Bombeiros de 14 das 49 unidades prisionais do Estado, dentre os quais 10 estavam vencidos, além de informar a previsão de ações para solucionar o problema, no exercício seguinte.

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