O governador de Santa Catarina, Carlos Moisés, esteve em Brasília na quinta-feira (10/3) para agenda política de filiação ao partido Republicanos, entre outros compromissos. Após oito meses sem partido e muitas articulações para definir a bandeira de qual sigla levantar, o governador escolheu um partido conservador, com raízes na igreja evangélica.
Para comparecer nos compromissos na capital federal, Moisés utilizou uma aeronave dos Bombeiros Militares, o Arcanjo 06, um avião-ambulância, que é alugado e tem função primária de deslocamento de pacientes e órgãos para transplante no estado, além de apoio às demais secretarias.
De acordo com denúncia de deputados estaduais o uso do avião nessa ocasião fez com que uma criança que precisava de transferência de Caçador para o Hospital Infantil Joana de Gusmão, em Florianópolis, ficasse sem o atendimento. Em nota, o governo do estado diz que a denúncia é mentira eleitoral e criança foi transferida para o hospital sem qualquer problema.
Segundo o deputado Bruno Souza, oposicionista de Moisés, não é a primeira vez que o governador fez uso da aeronave, o que na realidade seria “recorrente”.
No início de seu mandato, Carlos Moisés vendeu dois aviões de propriedade do estado para reduzir despesas. Na ocasião afirmou que cumpriria suas agendas com voos comerciais – o que de fato tem feito, na maioria dos casos. Conforme a Casa Civil a economia sem os aviões é de 95% em relação às gestões estaduais anteriores. Há ocasiões em que as aeronaves cedidas para a Secretaria de Saúde são utilizadas para a agenda de compromissos do governador, o que não é ilegal.
O governo explicou também que a criança recém-nascida em Caçador teve o pedido de transferência solicitado em 8 de março e aprovado no dia 9. Conforme a Casa Civil, a criança começou a ser regulada no dia em que nasceu, 5 de março (sábado), e no dia 8 (terça) foi solicitada a transferência por transporte aéreo, em função da distância entre Caçador e Florianópolis. Na quarta-feira (9/3), o paciente foi transportado em aeronave contratada pelo Estado por meio da Secretaria Estadual da Saúde.
Como um dos dois aviões dos Bombeiros e do Samu estava em manutenção e o outro em disposição ao governador, os deputados alegaram que o atendimento à criança foi dificultado para que Moisés cumprisse agenda política. O governo diz: “a relação entre uso pela autoridade máxima do Estado e prioridade à saúde é inversa à sugerida pelas falsas informações” e que “em ano eleitoral, as campanhas de desinformação tendem a aumentar”.
Confira neste link a explicação na íntegra do governo do estado sobre o episódio.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br