Cerca de três semanas após o início do surto de casos de virose em Santa Catarina, a Secretaria de Saúde estadual iniciou a análise da água do mar para buscar a origem do problema de saúde pública. A baixa geral no índice de balneabilidade é uma das possíveis causas para tantas pessoas com diarreia.
Diversos municípios litorâneos já informaram centenas de casos desde dezembro, porém não há um número contabilizado para SC porque o registro não é obrigatório. Em Florianópolis, por exemplo, somente nesse ano são 2.760 casos registrados pela prefeitura; os dados indicam também que há uma queda na epidemia local entre 9 e 15 de janeiro.
Nesta segunda-feira (16/1) a Vigilância Epidemiológica e Sanitária e do Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) começaram a analisar amostras de água do mar de Balneário Piçarras, primeiro município a enviar material. As equipes de laboratório irão testar, além das amostras de água, também as fezes dos pacientes em relação a quatro vírus: Hepatite A, rotavírus, norovírus e adenovírus.
Detectadas principalmente nas épocas de temperatura mais altas do ano, seja pela dificuldade de conservação de alimentos, seja pela grande concentração populacional nas cidades de praia, as doenças diarreicas agudas (DDA) podem ser causadas por diferentes agentes, como vírus, bactérias, fungos, sendo os mais comuns o rotavírus e o norovírus, e a bactéria Escherichia coli – indicador medido para determinar balneabilidade do mar e mais conhecido como coliforme fecal. Apesar de casos serem geralmente leves, os grupos de maior risco como crianças e idosos podem ter sintomas agravados, principalmente a desidratação.