Palhoça e São José têm sido os municípios com o maior número de casos de dengue em Santa Catarina. A Secretária de Saúde do Estado, Carmen Zanotto, juntamente com profissionais de saúde, realizou uma reunião na prefeitura nesta sexta-feira (10) para discutir o cenário epidemiológico e a necessidade de intensificar ações conjuntas para prevenir a dengue. A cidade registra a maioria dos casos (650) no estado no momento. Duas pessoas faleceram no início de março com sintomas da doença; os casos estão em investigação. O debate tratou sobre a proliferação do inseto em toda a região.
Já São José tem 30 casos confirmados nesse ano e, na quarta-feira, a prefeitura declarou situação de emergência por causa da infestação de mosquito. Ainda na região, Florianópolis tem 129 infecções do vírus confirmadas nesse ano e uma morte. Em SC, a segunda cidade com mais casos é Joinville (262), conforme dados da Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Dive) divulgados também nessa sexta.
Conforme a Dive, a adaptação do mosquito Aedes aegypti ao clima da Grande Florianópolis, a situação social vulnerável de alguns bairros de Palhoça e a presença de lixo em áreas abertas em diversos locais da região são fatores que contribuem para a dificuldade de controlar o mosquito, uma espécie exótica invasora.
“A situação em alguns municípios é mais complexa, como é o caso de São José e aqui. Precisamos intensificar as ações em conjunto com os municípios. Por isso, trabalharemos com medidas coordenadas que ultrapassam as secretarias de Estado da Saúde e dos dois municípios, mas também junto com a assistência social e com as demais estruturas de governo para que a gente possa minimizar os efeitos e evitar o máximo possível óbitos causados por dengue, uma doença que você pode prevenir”, relatou Carmen Zanotto.
Para enfrentar esses desafios, a Secretaria de Saúde pretende criar um centro para gerenciar as ações contra a dengue. As medidas incluirão o aumento do número de agentes de saúde, busca de expertise de outros estados e solicitação ao Ministério da Saúde para adquirir e fornecer vacinas emergencialmente para as áreas afetadas.
A melhor estratégia de prevenção ainda é eliminar os locais de reprodução do mosquito, o que requer o esforço coletivo da população.
– Evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usar, coloque areia até a borda;
– Guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;
– Mantenha lixeiras tampadas;
– Deixe os tanques utilizados para armazenar água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;
– Plantas como bromélias devem ser evitadas, pois acumulam água;
– Trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;
– Mantenha ralos fechados e desentupidos;
– Lave com escova os potes de comida e de água dos animais, no mínimo uma vez por semana;
– Retire a água acumulada em lajes;
– Limpe as calhas, evitando que galhos ou outros objetos não permitam o escoamento adequado da água;
– Dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em vasos sanitários pouco usados e mantenha a tampa sempre fechada;
– Evite acumular entulho, pois podem se tornar criadouros do mosquito.