A safra de pesca da tainha inicia nesta segunda-feira (1º/5). Neste ano a quantidade total que poderá ser capturada foi reduzida em 68% em relação à safra passada por conta de uma determinação dos Ministérios da Pesca e Agricultura e Meio Ambiente e Mudança do Clima.
A cota de captura definida para este ano é de 460 toneladas para a modalidade de emalhe anilhado (artesanal) e de zero tonelada para a modalidade de cerco/traineira (industrial). O ministério autorizou a temporada de pesca da tainha até 31 de julho.
De acordo com informações divulgadas pela Alesc na última semana, no ano passado, a cota total estabelecida foi de 1.430 toneladas, distribuídas entre as modalidades de cerco/traineira (480t) e emalhe anilhado artesanal (950t). Cada embarcação industrial tem uma cota individual de, no máximo, 50 toneladas. Em 2022, apenas sete embarcações de cerco/traineira operaram na safra e capturaram juntas 319 toneladas de tainha.
Este mesmo ano, a pesca artesanal de outras modalidades – que não são controladas pelo sistema de cotas, como arrasto de praia e emalhe de superfície – teve uma captura estimada em 4,5 mil toneladas.
A justificativa para a redução de 68% da cota total de captura da tainha este ano foi a utilização de dados autodeclaratórios da pesca, que ocorre dentro da Lagoa dos Patos (berçário da tainha) no Rio Grande do Sul. Em outros anos, a média dessa pescaria era de 828 toneladas.
Em 2022 foi informado um volume muito superior, de 4.500 toneladas capturadas. Esse suposto aumento do que teria sido pescado sem controle resultou na proibição da frota industrial e redução da cota para emalhe anilhado (artesanal). Apesar de tamanha discrepância da média histórica, o volume da pesca artesanal gaúcha autodeclarada de 2022 acabou inserido no cálculo, sem uma avaliação criteriosa.
O Estado tenta ainda uma articulação com os ministérios para flexibilizar a pesca da tainha neste ano.