A Lagoa do Peri, localizada no sul da ilha de Florianópolis, tem sido alvo de preocupação nos últimos quatro meses devido à coloração avermelhada de suas águas. O fenômeno que altera a coloração do manancial de água doce pode estar relacionado com a presença de mais bactérias.
A UFSC analisou preliminarmente que há bactérias heterotróficas ou fotossintetizantes, nunca observadas antes na Lagoa do Peri. São necessárias novas coletas, análises toxicológicas e cultivos de amostras para investigar se esse é de fato um fenômeno novo. A entidade ressalta a importância de avaliar a possível toxicidade do material, a fim de tomar medidas de gestão sanitária adequadas.
Nessa semana o deputado estadual Marquito (PSOL), presidente da Comissão de Meio Ambiente da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), abordou o caso, ressaltando a necessidade de envolver a prefeitura, Casan e Aresc (agência reguladora) para garantir que a água distribuída a partir da Lagoa do Peri seja adequada para o consumo.
“Fizemos uma força-tarefa no gabinete e acionamos vários órgãos pedindo providências”, publicou o deputado, que pede por mais fiscalização do IMA, mais coletas e análises pela Casan, relatórios da Aresc e qual seria o plano de contingência da prefeitura de Florianópolis para um caso extremo.
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O último relatório de balneabilidade do Instituto do Meio Ambiente de SC (IMA) não aponta alteração nos níveis de coliformes fecais na Lagoa do Peri, que estão no valor mais baixo de análise (10 e.coli/100ml de água) fora da temporada de verão.
Casan descarta risco
Em nota, a Casan afirma que a água tratada pela Estação de Tratamento atende a todos os requisitos de qualidade. “Desde o início do fenômeno da cor avermelhada, as análises feitas na Lagoa do Peri pela Casan foram intensificadas e vêm descartando qualquer risco à saúde humana na água distribuída”. A companhia estatal afirma também que acompanha o fenômeno em conjunto com a UFSC e com a Floram, atual gestora do Monumento Natural.
A prefeitura também tem posicionamento similar: “A Floram e o IMA/SC estão acompanhando a situação atinente à mudança de coloração na Lagoa do Peri. Os parâmetros de qualidade da água são constantemente mensurados pela Casan, responsável pela coleta e abastecimento da região”.