Foi inaugurada nesta sexta-feira (25/8) a primeira usina de hidrogênio verde de Santa Catarina, no Sapiens Parque, no norte da ilha de Florianópolis, fruto de um projeto de cooperação entre Brasil e Alemanha, com investimento de R$ 14 milhões. O projeto, construído pela UFSC, tem como objetivo promover a produção de combustível sustentável, sem emissão de carbono, a partir de energia solar.
Em seu discurso, o professor Ricardo Rüther, coordenador do projeto, explicou os mecanismos de produção do hidrogênio verde, feito com dois insumos: água e muita energia elétrica. “Esse prédio gera toda a energia necessária e capta toda a água da chuva necessária para a produção.” Ele destacou que o prédio será uma vitrine tecnológica, além de abrigar equipes de pesquisadores que serão incorporados pelo mercado de trabalho com formação de ponta.
A produção de hidrogênio envolve um processo químico conhecido como eletrólise. Nesse método, uma corrente elétrica é aplicada na água, o que resulta na separação do hidrogênio e do oxigênio, gerando gases puros, Hidrogênio (H2) e Oxigênio (O). O diferencial desse processo é a utilização de energia renovável para alimentar a eletrólise, conferindo-lhe a designação “verde”, como é o caso da nova usina instalada pela UFSC.
Quando o hidrogênio é “queimado” – utilizado em alguma aplicação – o resultado é novamente água. Se considerado um ciclo completo de produção descarbonizada, o hidrogênio é estimado como o “combustível do futuro”, justamente pela ausência de emissão de gás carbônico.
A usina em Florianópolis produzirá tanto hidrogênio verde quanto amônia. O potencial máximo de geração dos insumos é de 4,1 metros cúbicos de hidrogênio verde por hora e 1 quilo de amônia por hora, no caso de incidência máxima de luz solar e consequentemente de conversão da energia.
Markus Francke, diretor do Programa H2Brasil, da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit (GIZ), empresa alemã parceira e financiadora da usina, avaliou o projeto como excepcional, pela combinação de diversas tecnologias e por sua arquitetura. “Teremos um circulo sustentável que será piloto para muitos projetos que poderão ser instalados no país.”
Autoridades, como a ministra-conselheira alemã e o secretário de Transição Energética do Brasil, elogiaram a parceria e o potencial de mudança do país com o investimento em hidrogênio verde. O reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, enfatizou a colaboração com a indústria e o reconhecimento do governo alemão.