O estado de Santa Catarina contabiliza prejuízos significativos, estimados em R$ 3,1 bilhões, decorrentes dos impactos do fenômeno climático El Niño ao longo de 60 dias somente nas áreas da agricultura e infraestrutura. Os estragos em prédios privados e públicos e rodovias federais, por exemplo, ainda não estão nessa conta.
A intensa atividade pluviométrica atingiu 70% dos municípios catarinenses, totalizando 209 cidades afetadas. Dentre elas, 195 prefeituras decretaram situação de emergência, enquanto outras 14 estão em estado de calamidade pública.
Os estragos foram agravados pelas chuvas torrenciais durante outubro e novembro. Em Taió, por exemplo, foram registrados 456mm de chuva em outubro, enquanto Agrolândia acumulou 361mm em novembro, segundo dados da Defesa Civil estadual. No pior balanço dos prejuízos, 11 pessoas perderam a vida devido aos impactos desses dois meses de precipitações intensas em SC.
No setor agrícola, 176 municípios e 52.736 estabelecimentos, especialmente pequenos e médios produtores, enfrentam prejuízos expressivos. Culturas como fumo, cebola, trigo, arroz, milho, soja, hortaliças e frutas foram severamente afetadas, totalizando um prejuízo de R$ 2,8 bilhões, conforme levantamento do governo estadual.
Além disso, a infraestrutura viária sofreu danos estimados em R$ 350 milhões, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura. Os estragos ainda estão sendo calculados.
Para auxiliar na reconstrução, o Governo do Estado anunciou a destinação de recursos próprios e repassados pelos Poderes, totalizando R$ 300 milhões. A cidade mais atingida, Rio do Sul, receberá a maior parcela única desse montante, enquanto todos os 295 municípios catarinenses serão beneficiados com alguma ajuda desse fundo de R$ 150 milhões. O anúncio foi feito em Florianópolis – cidade também impactada pelas chuvas recentes – em uma coletiva realizada nesta quarta-feira (29).