Além do Ministério Público, a Polícia Civil de SC anunciou também a abertura de uma investigação sobre a rota de Teofilândia para Florianópolis trazendo pessoas em situação de vulnerabilidade.
Em nota na manhã dessa terça-feira (23), a polícia afirma que instaurou inquérito policial para investigar o ônibus que trouxe 40 pessoas, em tese, em situação de vulnerabilidade, oriundos da Bahia, para a cidade de Florianópolis. “Estão sendo apurados crimes como o tráfico de pessoas, a questão do transporte clandestino e os responsáveis pelo envio dessas pessoas para SC”.
Em entrevista ao Correio, o promotor de justiça Daniel Paladino, da 30ª PJ da capital, responsável pelo caso no MPSC, afirma que a operação é suspeita e haverá mais investigações diante dos indícios de transporte irregular de pessoas vulneráveis. A informação é que a linha seria regular, uma vez por semana. O proprietário da empresa de ônibus confirmou a frequência da rota em uma entrevista recente, indicando que a viagem ocorre semanalmente de Teofilândia para a capital catarinense”, afirmou Paladino.
Ele ressaltou a necessidade de apurar desde quando essa rota específica tem sido realizada, assim como quantas pessoas já foram trazidas nessas condições para Florianópolis. “Nós acreditamos que, além de pessoas com vulnerabilidade lá nessa cidade, na Bahia, ou ali possa ser realmente um local de encontro, não é? Talvez outros municípios estejam despachando pessoas para cá a partir dessa cidade de Teofilândia”.
A equipe de abordagem da Assistência Social de Florianópolis que conversou com as 44 pessoas flagradas desembarcando em 4/1 próximo ao terminal da Trindade avaliaram que os passageiros apresentavam condições sociais precárias, com indício inicial de que poderia ser população de rua. Praticamente nenhuma quis falar e nenhuma tinha passagem de volta. Para Paladino, a característica de vulnerabilidade do grupo pode ocasionar na situação de rua. “Pode ser que sem conseguir emprego acabem engrossando as fileiras de pessoas em situação de rua em Florianópolis”, falou ao telefone.
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A prefeitura do município baiano e a empresa Daniel Turismo foram notificadas para prestar esclarecimentos. Em nota nessa segunda-feira (22), a Prefeitura de Teofilândia afirmou que a situação é “inverídica”: “a notícia que sugeriu irregularidades na viagem e desembarque de pessoas na marginal da Beira-mar causou espanto e choque em nosso município. Teofilândia não possui ‘população de rua’ e todas as aquisições e passagens são realizadas de forma transparente”.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
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