A Prefeitura de Florianópolis inaugurou nesta sexta (29/3) na comunidade da Vila Aparecida a creche Antonieta de Barros. A unidade tem capacidade para atender em média 240 crianças em 13 salas.
A área construída é de quase 1.700 metros quadrados e o investimento foi de R$ 4,3 milhões. Nos dois pavimentos do prédio há salas de atendimento e salas de multiuso.
Na inaguuração, o prefeito ressaltou que essa comunidade está recebendo uma excelente unidade educacional. “A partir dela serão várias a caminho para buscarmos chegar a uma fila próxima de zero”, complementa Gean Loureiro.
De acordo com o secretário de Educação, o Neim Professora Antonieta de Barros é a concretização de um sonho. “A população da região esperava tanto por um espaço amplo e qualificado para deixar seus filhos. Isso virou realidade”, diz Maurício Fernandes Pereira.
Em regime integral, o atendimento às crianças é das 7h30 às 18h30. A creche tem endereço na Rua Nossa Senhora Aparecida.
No mesmo dia houve uma grande operação policial contra o tráfico na Vila Aparecida.
Quem foi Antonieta de Barros
Negra, Antonieta de Barros nasceu em Florianópolis em 11 de julho de 1901. Concluiu em 1921, aos 17 anos, a Escola Normal Catarinense. No ano seguinte fundou o Curso Particular Antonieta de Barros, dedicado à alfabetização de pessoas carentes. O curso foi dirigido por ela até sua morte e fechado em 1964.
No atual Instituto Estadual de Educação, entre os anos de 1933 e 1951, foi professora de Português e Literatura, assumindo a direção do estabelecimento de ensino de 1944 a 1951, quando se aposentou.
Antonieta de Barros tornou-se a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do estado de Santa Catarina. Foi eleita em 1934 pelo Partido Liberal Catarinense. Como constituinte em 1935, ficou encarregada de relatar os capítulos Educação e Cultura e Funcionalismo.
Esteve na Assembleia Legislativa até 1937, quando essa casa foi extinta por conta do regime do Estado Novo, de Getúlio Vargas, caracterizado pela centralização do poder, nacionalismo, anticomunismo e por seu autoritarismo.
Com o término do regime ditatorial, candidatou-se pelo Partido Social Democrático e foi eleita novamente em 1947, desta vez como suplente. Exigiu concurso para o provimento dos cargos do magistério, sugeriu formas de escolhas de diretoras e defendeu a concessão de bolsas para cursos superiores a alunos carentes.
Fundou e dirigiu o Jornal A Semana entre os anos de 1922 e 1927. Nesse periódico, debatia temas ligados às questões da educação e dos desmandos políticos.
Dirigiu ainda a revista quinzenal Vida Ilhoa, em 1930. Com o pseudônimo de Maria da Ilha, ela escreveria o livro Farrapos de Ideias, em 1937. Antonieta de Barros faleceu em 28 março de 1952.