Tomou posse na manhã desta quinta-feira (4/4), em Florianópolis, o novo secretário de mobilidade urbana da Capital. Conforme anunciado pelo prefeito Gean Loureiro, Michel Mittmann foi designado para assumir a pasta, que agora também engloba a Diretoria de Operação do Sistema Viário (Diope) e Ipuf.
De acordo com Michel, dez eixos estarão no foco das ações da nova secretaria de mobilidade, de forma integrada, a serem realizadas a curto, médio e longo prazo. São eles: pedestres, ciclistas, transporte público, outros modais (como transporte marítimo e teleférico), transporte individual motorizado, logística de cargas, planos, governança e participação social, gestão e operação, e projetos.
“Minha prioridade é fortalecer a questão técnica dentro da secretaria e ouvir bastante para conseguirmos criar a rede de mobilidade. Essa rede vai direcionar todos os projetos em uma parceria com o planejamento urbano”, disse o secretário.
Na apresentação, ele também falou sobre a possibilidade de tornar menor a quantidade de deslocamentos dentro da cidade, fazendo uma ocupação urbana que condense mais nos bairros empregos e moradias mais baratas. A ideia é de que as pessoas não precisem sair tanto dos bairros para acessar comércios, serviços ou postos de trabalho em outras regiões da cidade, fazendo com que haja menos veículos nos principais eixos de Florianópolis.
Prioridade ao transporte coletivo
O prefeito Gean apresentou a informação de que nos últimos cinco anos, a Capital perdeu cerca de 5% dos usuários de transporte coletivo, apesar do aumento da população. “A média de perda das capitais é de 20%, nós tivemos menos redução, mas tivemos, portanto precisamos pensar em como aumentar a quantidade de usuários do transporte coletivo”, disse o prefeito.
Para o novo secretário a palavra é “priorizar” o transporte coletivo. “Priorizar pode significar obras, como priorizar pode significar trazer soluções dos próprios usuários dos ônibus”, disse Michel.
O prefeito afirmou que fará em breve concurso público para colocar mais técnicos na pasta de mobilidade, como engenheiros e arquitetos, de forma a ter cada vez mais embasamento técnico para a tomada de decisões na cidade.
Mittmann também vai integrar um grupo de mobilidade da Grande Florianópolis para pensar em soluções para a região.
Correio – Qual vai ser a posição defendida pela prefeitura de Florianópolis quanto ao uso das novas faixas da Via Expressa e do futuro uso da Ponte Hercílio Luz?
Michel Mittmann – Estamos trabalhando há dois anos no projeto ponte viva, tema que estudamos a fundo, fizemos bastante simulações e ficou demonstrado que se liberarmos a ponte Hercílio Luz pro trânsito convencional, vamos ter mais um reflexo negativo em toda a mobilidade no Centro. Então, analisamos que se favorecer o transporte coletivo muita gente ganha, passam mais pessoas do que passariam por carros. De imediato estamos estudando para que na ponte Hercílio Luz 18 linhas sejam transferidas e gradativamente criando novos serviços, além de incentivar a questão do pedestre e do ciclista. Com relação à Via Expressa, a nossa posição é de sugerir de que seja feita para transporte coletivo, naturalmente de forma negociada. Precisamos simular também junto com o governo federal e com o governo do estado. É um paradoxo, na Ilha temos o município, as pontes são estaduais e a Via Expressa é federal. Ali é um exemplo de que é necessária essa governança de todos os entes.