O ex-diretor do Procon de Santa Catarina, Roberto Salum, está no centro de um embate envolvendo acusações de assédio sexual e alegações de fraudes na gestão anterior do órgão. Salum nega veementemente as acusações de assédio, afirmando ser vítima de uma “armação” por parte de Tiago Silva, ex-diretor do Procon, a quem acusa de envolvimento em uma fraude “de 18 milhões”.
As alegações foram feitas em vídeo espalhado nas redes nesta quarta-feira (3/4), cinco dias após a exoneração de Salum da direção do órgão estadual de defesa do consumidor, por conta das denúncias de assédio contra duas funcionárias.
Salum alega ter levado as denúncias de fraudes à Procuradoria Geral do Estado (PGE) e ao Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), porém, os órgãos alegam que as provas não foram apresentadas de forma adequada. Enquanto isso, a Polícia Civil investiga as acusações de assédio sexual feitas por uma funcionária terceirizada do Procon contra Salum.
Além disso, outras 15 denúncias foram registradas na ouvidoria, apontando condutas como abuso de autoridade, assédio moral e porte de arma de fogo por parte do ex-diretor. Uma segunda vítima também denunciou um suposto caso de assédio sexual. Salum alega que foram diversas denúncias “sobre o mesmo caso”.
Contrapontos
Tiago Silva, ex-diretor do Procon entre 2019 e 2022, afirmou nas redes sociais que: “Ele alega que descobriu uma ‘fraude milionária’ dentro do órgão, no período em que eu fui diretor e que tudo seria uma retaliação. Será devidamente processado. Nunca precisei cometer fraude, forjar acusações ou assediar pessoas para chegar aonde cheguei. Meu caráter é público.
Em relação às denúncias feitas por Salum, a Procuradoria-Geral do Estado (PGE/SC) esclarece que um ofício foi protocolado de forma física, o que atrasou sua tramitação, já que o Estado lida apenas com documentos eletrônicos. O documento mencionava suspeitas de danos ao Fundo de Recuperação de Bens Lesados (FRBL), responsabilidade do Ministério Público de Santa Catarina. O procurador-geral do Estado autuou um processo digital para informar o procurador-geral de Justiça sobre as alegações do ex-diretor.
Já a Polícia Civil diz que instaurou dois inquéritos policiais para apurar os fatos, sendo um deles na 1ª Delegacia de Polícia da Capital e outro na Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso da Capita que as oitivas estão sendo realizadas. “Voltaremos a nos manifestar assim que tivermos novas informações para divulgar sobre as investigações, mas que, por enquanto, não iremos repassar mais informações para não atrapalhar o andamento dos procedimentos policiais“.
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