Na manhã desta quarta-feira (29/5), 50 policiais civis foram mobilizados para dar continuidade à Operação Presságio em Florianópolis, que investiga contratos terceirizados de coleta de lixo na cidade. Os agentes da Deic (Divisão Estadual de Investigação Criminal) deram cumprimento a quatro mandados de prisão e nove de busca e apreensão, com coleta de documentação nas cidades de Palhoça e Balneário Camboriú.
Entre os detidos está Edmilson Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, junto com outras três pessoas, possivelmente assessores ligados a ele. Os detalhes específicos das acusações não foram divulgados. Na primeira fase foi descoberto que Ed Pereira, como é conhecido, e sua esposa, recebiam pagamento da empresa Amazon Fort, a primeira empresa privada a atuar na capital logo após a autorização dada pelos vereadores em 2021. Com a quebra de sigilo do ex-secretário, foi descoberto indícios que ele também desviava valores da prefeitura para projetos sociais e esportivos de maneira irregular.
A investigação foca em possíveis crimes, como fraude em licitação, corrupção passiva, corrupção ativa, associação criminosa, lavagem de dinheiro e poluição ambiental, iniciada a partir do transbordo irregular de lixo atrás da Passarela Nego Quirido durante greve da Comcap naquele ano. Uma das constatações para as irregularidades, apontada extensivamente na época pelo sindicato, é que a Amazon Fort já anunciava vagas de emprego cerca de 2 meses antes de ser contratada emergencialmente pela Prefeitura de Florianópolis. Após duas renovações de contrato, a empresa só foi substituída em agosto.
Na primeira fase da operação, foram recolhidos materiais e documentos relevantes para descobrir um possível esquema de propina envolvendo a terceirização da coleta de lixo em Florianópolis, que até hoje enfrenta problemas com a retração da Comcap.
Aos veículos de comunicação tradicionais, o advogado de Ed Pereira afirmou “como ainda não tivemos acesso ao inquérito, ele [Edmilson] optou por permanecer calado, não para exercer o direito constitucional, mas sim porque pretende prestar todos os esclarecimentos a partir do momento em que ele conhecer o conteúdo de toda a investigação”.