A Polícia Civil de Santa Catarina deflagrou, nesta quarta-feira (04/06), a Operação Cavalo Paraguaio. A ação mirou uma organização criminosa especializada no furto, adulteração e envio de caminhões-tratores e semirreboques para o Paraguai.
A Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos da DEIC coordenou a operação, com apoio das delegacias de Pescaria Brava, Sangão e Capivari de Baixo. No total, os policiais cumpriram 9 mandados de prisão e 11 de busca e apreensão nas cidades de Sangão-SC, Tubarão-SC, Maringá-PR e Santa Terezinha de Itaipu-PR.
Criminosos cruzavam fronteira com “cavalos mecânicos”
O nome da operação faz referência ao modo como a quadrilha atuava. Os criminosos atravessavam a fronteira do Paraguai com caminhões-tratores — os chamados “cavalos mecânicos” — para buscar veículos furtados e adulterados em território catarinense. Em seguida, retornavam ao país vizinho com os veículos roubados.
Durante a investigação, a polícia descobriu que integrantes da quadrilha, que viviam em Santa Catarina, realizavam levantamentos detalhados em pátios de oficinas mecânicas e postos de combustíveis. Logo depois, eles repassavam essas informações a cúmplices localizados no Paraguai.
A partir dessas informações, o grupo organizava comboios com caminhões-tratores e motoristas. Eles se deslocavam até o sul do estado, onde monitoravam os alvos e desativavam os sistemas de segurança. Na sequência, invadiam os pátios, acoplavam os semirreboques ou furtavam os conjuntos completos.
Placas trocadas e rastreadores removidos
Durante o trajeto de retorno ao Paraguai, os criminosos substituíam as placas originais por outras de origem paraguaia. Além disso, faziam inspeções constantes nos veículos para encontrar e remover rastreadores, dificultando o rastreamento pelas autoridades.
Até o momento, os policiais confirmaram o furto de pelo menos 15 caminhões e semirreboques. Parte desses veículos já foi localizada, inclusive no interior do Paraguai, já adulterada. O trabalho conjunto entre as forças de segurança do Brasil e do Paraguai foi essencial para essas apreensões.
A Polícia Civil identificou a organização como a mais estruturada e atuante de Santa Catarina nesse tipo de crime. O grupo operava com alto grau de especialização e articulação, tanto em território nacional quanto no exterior.
O líder da quadrilha acumula mais de 20 anos de envolvimento em crimes semelhantes e responde a 12 inquéritos policiais. Segundo a polícia, ele é altamente perigoso e demonstra ampla experiência no ramo.
Além disso, um dos integrantes é cidadão paraguaio. Contra ele, existe uma ordem de captura internacional, com inclusão na Difusão Vermelha da Interpol, o que comprova o alcance global da associação criminosa.
A operação contou com o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), da Polícia Federal (PF) — por meio do Núcleo de Cooperação Internacional de Santa Catarina e da Adidância da PF em Assunção —, da Polícia Civil do Paraná (DENARC de Maringá) e do Centro Integrado de Segurança Pública e Proteção Ambiental (CISPPA), vinculado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública.
A Polícia Civil segue com as investigações. O objetivo é identificar todos os envolvidos e garantir a responsabilização completa da organização criminosa.