A 4ª fase da Operação Carne Fraca, chamada de Romanos, tem como alvos auditores fiscais agropecuários federais em vários estados. De acordo com a Polícia Federal (PF), eles teriam sido favorecidos com vantagens indevidas.
A operação apura crimes de corrupção passiva em benefício do grupo empresarial BRF, do ramo alimentício, que, segundo a polícia, passou a atuar em colaboração espontânea com as autoridades públicas na investigação. Funcionários da empresa teria indicado ao menos o envolvimento de 60 auditores fiscais.
Cerca de 280 policiais federais estão cumprindo 68 mandados de busca e apreensão nesta terça-feira (1/10) em 9 estados: Paraná, São Paulo, Santa Catarina, Goiás, Mato Grosso, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro
A PF ainda não informou em quais cidades catarinenses e quantos mandatos são cumpridos no estado.
O esquema de corrupção dos fiscais
Há indicativos de que foram destinados R$ 19 milhões para os pagamentos indevidos. Os valores eram pagos em espécie, por meio do custeio de planos de saúde e até mesmo por contratos fictícios firmados com pessoas jurídicas que representavam o interesse dos fiscais.
A prática ilegal teria sido interrompida no ano de 2017, quando o grupo passou por uma reestruturação interna.
O nome da operação faz referência a diversas passagens bíblicas do Livro de Romanos, que tratam de confissão e justiça.
A Operação Carne Fraca foi deflagrada em 2017 para combater esquema de corrupção generalizado na indústria alimentícia, apurando o envolvimento de fiscais do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa) na liberação irregular de licenças e fiscalização de frigoríficos.