Polícia apura fraudes na Celesc que desviaram mais de R$ 3,3 milhões

    Operação Zero Grau apura esquema de fraudes em 2010 em serviços emergenciais nunca prestados à companhia

    mesa com maços de dinheiro de diversas moedas de países diferentes, presas com elásticos
    Grana apreendida na Operação Zero Grau - PC/Divulgação/CSC

    A Polícia Civil de Santa Cataria deu início nesta quinta-feira (5/12) ao cumprimento de 21 mandados de busca e apreensão e sequestro de 49 veículos na operação Zero Grau, que apura novo esquema de fraudes na Celesc. A operação é da Delegacia de Combate à Corrupção (Decor) em conjunto com o Laboratório de Lavagem de Dinheiro, da Deic, com diligências em Florianópolis, São José, Itajaí, Blumenau, Orleans, Pescaria Brava e Curitiba (PR).

    A suspeita a ser averiguada é de um esquema de fraudes iniciado em 2010, praticado à época por servidores da Celesc junto com empresários. Segundo a investigação, a própria diretoria técnica da Celesc aprovou realização de serviços emergenciais após tempestades e vendavais, em 2010, nas regionais de Florianópolis, Joinville, Rio do Sul e Criciúma. Através da Divisão de Infraestrutura de Telecomunicações (Dvit), responsável pela parte de infraestrutura física de telecomunicações, repetidoras, torres, postes, fibra óptica, além dos telefones corporativos, fixo e móvel, eram autorizados processos fraudulentos.

    De acordo com a Polícia Civil, esses processos emergenciais, denominados de ordem de serviço eram montados pelo assistente técnico do diretor e pelo diretor do Dvit e, posteriormente, avalizados pelo diretor técnico da empresa à época. No total foram investigados pela Decor/Deic sete ordens de serviço, sendo que, segundo a polícia, em pelo menos seis há indícios suficientes que os serviços não foram prestados e o dinheiro foi roubado pelos servidores da Celesc à época e por empresários.

    Publicidade

    O prejuízo identificado pela investigação foi de R$ 3.316.352,83 em valores da época. Segundo a polícia é possível que esse valor tenha ultrapassado R$ 10 milhões em notas fiscais não reconhecidas pela própria companhia.

    As referidas medidas cautelares foram expedidas pelo juiz da unidade de apuração de crimes praticados por organizações criminosas. O nome da operação Zero Grau é uma alusão à grande quantidade de notas fiscais frias emitidas por supostos serviços, os quais não foram realizados pelas empresas. Prestaram apoio na operação as 11 delegacias de polícia especializadas da Deic, a Delegacia da Comarca de Orleans e as Divisões de Investigação Criminal de Blumenau e de Laguna.

    Em agosto, outro esquema de fraudes na Celesc com participação de funcionários também foi desmantelado pela Polícia Civil.

    Publicidade