Os benefícios da amamentação são inúmeros, não só para o bebê, mas também para a mãe, tanto que diversos órgãos recomendam amamentação até 2 anos ou mais e de forma exclusiva até o sexto mês de vida. Além disso, para algumas pessoas faz parte da expectativa cultural, e a falta dessa opção está associada a um custo emocional elevado, com sentimento de culpa e perda de uma experiência única.
O leite materno é um alimento completo para os bebês, com nutrientes que os protegem contra infecções respiratórias e reduzem o risco de uma série de doenças, como hipertensão, colesterol alto, diabetes e obesidade. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que o aleitamento seja feito, pelo menos, até os 2 anos das crianças, sendo o leite o alimento exclusivo até os 6 meses de vida.
Segundo estudo da pesquisadora Julie L. Ware, realizado com o apoio do Centro Nacional de Estatísticas de Saúde do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos EUA, há evidências claras de que a amamentação confere um benefício protetor durante o primeiro ano de vida e está fortemente associada à redução da mortalidade infantil pós neonatal . Por meio desta descoberta ressalta-se a oportunidade para estabelecer políticas públicas de promoção, proteção e apoio ao aleitamento materno com o objetivo de reduzir a taxa de mortalidade infantil.
Embora a amamentação seja amplamente recomendada, alguns ainda podem considerá-la de menor importância. Espera-se que o resultado de estudos como esse mudem a narrativa. O leite humano está repleto de moléculas protetoras e a amamentação oferece defesa significativa à saúde da criança.
O tema da campanha de 2024 da Semana Mundial do Amamentação – Reduzindo a Lacuna: “Apoio a Amamentação Para Todos” tem o objetivo de suprir espaço na sociedade, eliminando as desigualdades que existem no apoio a amamentação, onde será dada atenção a cenários vulneráveis como a primeira semana de vida, populações desfavorecidas e amamentação em tempo de emergências e crises, não permitindo que essas situações dificultem o acesso e apoio no aleitamento materno.
Infelizmente nenhum país do mundo atende plenamente aos padrões recomendados para o aleitamento materno, conforme aponta relatório atual das Nações Unidas para a infância (UNICEF) e da Organização Mundial da saúde (OMS).
Estudos apontam que mundialmente apenas 23 países registram índices de amamentação exclusiva acima de 60%. Além disso, revela que apenas 40% das crianças com menos de seis meses são amamentadas exclusivamente (sem nada além de leite materno).
A amamentação é um dos investimentos mais efetivos e rentáveis que as nações podem realizar em favor da saúde humana e futura de suas economias e sociedades. Ao não investir na amamentação, estará se falhando com as mães e seus bebês e pagando um preço duplo: em vidas e oportunidades perdidas.
O aleitamento materno é fundamental para a realização de muitos dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Melhora a nutrição, previne a mortalidade infantil e diminui o risco de doenças crônicas não-transmissíveis e apoia o desenvolvimento cognitivo e a educação A amamentação também é um instrumento para acabar com a pobreza, promover o crescimento econômico e reduzir as desigualdades.
É um privilégio estar à frente da Associação Brasileira de Aleitamento Materno (ABAM) e do departamento de Amamentação do Instituto Brasil Vivo (IBV), em São José, Santa Catarina, neste momento da enfermagem dedicada à saúde das crianças. Considerada uma das maiores categorias profissionais no Brasil, apesar de todas as dificuldades enfrentadas, dedicados à assistência da população infanto-juvenil, buscamos caminhos para torná-los mais saudáveis.
Por enfermeira Soninha Silva – Instituto Brasil Vivo