Alunos da rede estadual ainda não iniciaram as aulas no ensino remoto

    Em fevereiro, as aulas na rede estadual de ensino iniciaram para alunos do ensino presencial e misto (com aulas na escola e em casa). Em 8 de março, a secretaria de educação de Santa Catarina iniciou as atividades com os estudantes que optaram pelo ensino totalmente remoto. No entanto, com mais de um mês de atividades na modalidade, pais e responsáveis relatam problemas como aulas insuficientes, além de falta de aulas e professores.

    De acordo com dados da Secretaria de Estado de Educação (SED), no primeiro mês letivo desse ano, 785 escolas, de 1.065 escolas estaduais, estavam no modelo misto, com alternância entre atividades na escola e em casa. Outras 36 unidades mantêm o ensino no modelo 100% presencial, já que são escolas menores em que é possível atender todos os alunos com distanciamento social, avalia a SED.

    Para o atendimento totalmente remoto, a secretaria tem 54 escolas polo. A escola polo é uma unidade escolar virtual que sedia o núcleo de atendimento remoto aos estudantes. Em março, cerca de 95 mil alunos estavam matriculados na modalidade, que integram estudantes dos anos iniciais e finais do ensino fundamental, ensino médio regular, ensino médio com carga horária estendida, magistério e educação de jovens e adultos.

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    Problemas nas escolas polo

    Para o Sindicato dos Trabalhadores em Educação na Rede Pública de Ensino do Estado de SC (Sinte/SC), os principais problemas do sistema de ensino remoto são a estrutura, a falta de equipamentos e a qualidade da internet. Além disso, as atividades remotas passaram a ser pelas escolas polos a todos que optaram por aulas online, sem adequação curricular e de projetos pedagógicos. Por isso, estudantes de diferentes escolas estariam tendo as mesmas aulas, ignorando o projeto pedagógico de cada unidade escolar.

    Ainda de acordo com o sindicato, há casos de falta de professores e estudantes que não tiveram nenhuma aula até o momento, o que teria levado o governo do estado a não aceitar mais matrículas para as escolas polo. “Os novos estudantes agora são orientados a procurar as escolas que estão em modo presencial e que cada escola se organize em dar aula online e presencial”, destaca. Uma reunião entre o governo catarinense e a Sinte/SC para debater a questão das escolas polo está marcada para sexta-feira (23/4).

    tela do computador com algumas atividades e abaixo um caderno com anotações, uma menina aparece no canto, ela está de costas e usa óculos, ela está realizando as atividades escolares. A foto representa o ensino remoto.
    Para as atividades remotas, SC tem 54 escolas polo – SED/SC/Divulgação/CSC
    Reclamações

    Na página da secretaria no Facebook, pais e responsáveis reclamam de diversos problemas na modalidade remota. Em comentários realizados na primeira quinzena de abril havia questionamentos sobre o início das aulas no ensino remoto.

    “Queremos saber quando irão iniciar as aulas on-line? Meu filho está desde fevereiro sem aulas!”; “cadê as aulas do 100% remoto, das escolas polo?”

    “Desde fevereiro meu filho não tem aula remoto pois não tem professores. Estamos em abril. Até quando isso vai continuar?”

    “Quero saber , porque nao tem atividade, já estamos em abril e as atividades remotas são escassas faltando professor? A secretaria não se organizou?”

    “Minha filha está no primeiro ano do segundo grau do Instituto Estadual de Educação e até agora teve menos de 6 aulas de 1 hora cada online, quase 2 meses de aula ….”

    Em resposta ao comentário de uma internauta que questionava a falta de aulas e professores no ensino remoto, a SED respondeu que “no início do ano letivo havia 94 mil estudantes incluídos nesse modelo, 18% dos alunos da rede estadual. Porém, com o agravamento da questão sanitária nacional, mais alunos migraram para esse modelo. Assim, houve necessidade de contratação imediata de professores e volume de mudanças na matrícula de alunos”. Como solução, a secretaria teria procurado acelerar a contratação de professores temporários (ACT) por meio de chamadas do processo seletivo. Mas, conforme avaliação da própria pasta de Educação estadual, há um “delay” para que o professor inicie as atividades, além de ser uma operação mais demorada em regiões mais populosas, em que há maior necessidade de professores.

    A reportagem tentou maiores explicações com a SED a respeito da ausência de aulas online, porém até o momento não houve resposta.

    Por Ana Ritti – redacao@correiosc.com.br

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