A audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa na manhã desta quarta-feira (24/02) era para a Secretaria de Estado da Saúde (SES) apresentar o relatório de prestação de contas do terceiro quadrimestre de 2020, mas o assunto ficou em segundo plano. Deputados e convidados – como membros de conselhos relacionados à área e Ministério Público – centraram o encontro virtual na situação atual do enfrentamento à pandemia da Covid-19 em Santa Catarina.
O secretário adjunto, Alexandre Lencina Fagundes, apresentou o que o estado tem feito para frear o avanço da doença e as alternativas para driblar as dificuldades de obtenção de vacinas, uma vez que o Supremo Tribunal Federal (STF) autorizou que estados e municípios comprem o imunizante diretamente das empresas fabricantes. O superintendente de Vigilância em Saúde do Estado, Eduardo Macário, revelou que a secretaria vai pedir ao governador que faça contato com a Pfizer para comprar vacinas da empresa, caso o imunizante não seja incluído no plano nacional de imunização. Santa Catarina recebeu nesta quarta-feira 59,5 mil doses da vacina Oxford/AstraZeneca.
A deputada Ada de Luca (MDB) sugeriu formar uma espécie de consórcio entre os três estados da região Sul para facilitar a compra de vacinas, como fazem os estados do Nordeste. Já o prefeito de Bombinhas, Paulo Henrique Dalago, representante da Federação Catarinense de Municípios (Fecam) na audiência, defendeu além da compra das vacinas o investimento em campanhas massivas de publicidade para conscientizar a população sobre os riscos da contaminação.
Como a vacina seria uma solução a médio prazo, os participantes da audiência pública defendem medidas restritivas de circulação para atuar contra a pandemia. O superintendente de Regulação da SES, Ramon Tartari, destacou que Santa Catarina vive o pior cenário da pandemia, com ocupação de UTIs superior a 95%. Para ele, a ampliação do número de leitos de terapia intensiva é importante, mas não pode ser a única frente de trabalho. “Cama física e colchão não salvam pacientes. O que salva são médicos, oxigênio, medicamentos. Se houver crise de oxigênio, de medicamento, não adianta ter leito.”