A chegada de um filho é, para muitos, um momento de grande emoção e expectativa. Contudo, para Dheryolynny Silva Campos, mãe de primeira viagem, esse capítulo foi também marcado por grandes desafios. Em outubro de 2024, ela deu à luz Noah, um bebê que, desde o início, lutaria bravamente pela vida.
Noah nasceu prematuro extremo, com apenas 23 semanas e 5 dias de gestação e pesando apenas 635 gramas, na Maternidade Carmela Dutra, em Florianópolis. De fato, sua fragilidade não o impediu de desafiar as estatísticas, tornando-se o primeiro bebê dessa idade gestacional a receber alta da unidade. A Maternidade Carmela Dutra, por sua vez, é referência em Santa Catarina para gestação de alto risco, atendendo aproximadamente 300 recém-nascidos por ano na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) Neonatal.
“Quando entrei na UTI, fui muito acolhida. Foi um momento extremamente vulnerável, mas os profissionais foram essenciais. O apoio psicológico também foi algo grandioso”, conta Dheryolynny, enfatizando o suporte emocional. Além disso, ela destaca que, apesar do medo, aprendeu a enfrentar a situação com mais serenidade.
Cada gesto de cuidado fez toda a diferença na recuperação de Noah. “Agradeço imensamente. Para mim, eles não apenas realizaram seu trabalho; salvaram a vida do meu filho. Noah lutou desde o primeiro momento e agora está aqui, com vontade de viver”, afirma a mãe.
Todos por uma vida
Bebês prematuros, especialmente aqueles nascidos entre 22 e 23 semanas, enfrentam dificuldades enormes. No Brasil, a taxa de sobrevivência para bebês nascidos antes das 25 semanas é de cerca de 50%. Em geral, essa taxa diminui quanto menor for a idade gestacional.
No caso de Noah, a evolução foi uma verdadeira batalha. “Foi uma jornada desafiadora para toda a equipe, mas também um aprendizado constante. Agora, com esse desfecho positivo, sentimos muito orgulho de entregar o Noah à sua família em uma condição de saúde favorável”, afirma Gean Carlo da Rocha, chefe do Serviço de Neonatologia.
O tratamento de Noah envolveu uma equipe multidisciplinar e até consultoria de especialistas internacionais. Dessa forma, todos trabalharam com um único objetivo: salvar a vida do bebê. “Bebês como Noah exigem cuidados intensivos, menos manipulação e mais atenção. Por isso, o foco de toda a equipe foi garantir que ele tivesse a melhor chance de sobreviver”, explica Susian Cássia Liz Luz, enfermeira chefe da UTI Neonatal.
Maternidade Carmela Dutra
A Maternidade Carmela Dutra, que faz parte da rede de saúde pública do Estado, se destaca pelo atendimento humanizado e pela qualificação de sua equipe. Médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem, além de uma equipe multidisciplinar altamente qualificada, oferecem suporte essencial nas áreas de fisioterapia, psicologia, nutrição, serviço social e outros, sempre priorizando o bem-estar dos pacientes.
A jornada de Noah não é apenas uma história de sobrevivência, mas também de amor, dedicação e ciência trabalhando juntos para salvar vidas. Antes considerado com poucas chances de sobrevivência, hoje o pequeno é símbolo de resiliência e superação.