Santa Catarina fechou 2020 com 6.300 novas usinas fotovoltaicas (UFV), somando no acumulado 17.797, o que representa 214.889,49 kW (214.89 MW) de potência instalada. Os dados são do painel da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O resultado garante o sétimo lugar no ranking estadual dos maiores produtores de energia por radiação solar. Entre os municípios catarinenses, os três com maior capacidade instalada são Blumenau, Joinville e Florianópolis.
Conforme o engenheiro Julio Cesar Ferreira da Silva, gerente da Quantum Solar, desde 2012 os investimentos no setor no Brasil já somam mais de R$ 36,5 bilhões, superando a marca de 219 mil empregos criados, segundo dados da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). “Isso significa mais de R$ 10,8 bilhões em arrecadação de tributos e mais de 1,1 milhão de toneladas de CO2 que deixaram de ser lançadas no meio ambiente”, salienta Julio Cesar.
Conforme levantamento da Absolar, a energia solar fotovoltaica centralizada representa 1,6% da matriz energética brasileira, somando 2.989 MW de potência instalada. A busca crescente pela energia solar baseia-se, principalmente, em dois pilares: econômico e ambiental. “O tempo que o valor do investimento leva para retornar na forma de economia na conta de luz, o chamado payback, é de cerca de cinco anos”, explica Julio Cesar. “Ainda, esses sistemas não agridem o meio ambiente e reduzem a conta de energia elétrica em cerca de 95%”, completa.
Outro bom argumento é que esses projetos podem ser adotados por pequenos, médios ou grandes negócios, com instalação podendo ser feita em telhado, solo ou, até mesmo, sobre a água. A demanda de manutenção é baixa, sendo que as placas fotovoltaicas duram até 25 anos e não fazem barulho na conversão de energia.
Inclusive a tendência apontada pelo Plano Decenal de Expansão de Energia 2030 (PDE 2030), realizado pelo Ministério de Minas e Energia (MME) e a Empresa de Pesquisa Energética (EPE), é de crescimento de investimentos em capacidade instalada na ordem de R$ 70 bilhões nos próximos 10 anos no Brasil. E a previsão é que, desse montante, 93% sejam de fonte fotovoltaica, segundo o relatório.
Municípios catarinenses com mais potência instalada em 2020
Aluguel de usinas é a tendência
Conforme Gilberto Vieira Filho, presidente do grupo Quantum Engenharia, a tendência para os próximos anos é a modalidade de locação, que pode ser adotada tanto em projetos do setor público, quanto privado. “A principal vantagem da locação de uma usina solar é o fato de o cliente não necessitar fazer um alto investimento na construção e na manutenção do projeto, pagando apenas um valor mensal para receber a energia limpa em seu empreendimento”, destaca.
Um exemplo desse sistema está sendo implantado no Distrito Federal. Em dezembro, o consórcio Sol da Justiça, do qual a Quantum Engenharia faz parte, iniciou a construção da usina solar fotovoltaica que atenderá o Superior Tribunal de Justiça (STJ). O fornecimento de energia se dará na forma de Locação de Sistema de Geração Distribuída (SGD), sendo que a usina ficará no Núcleo Rural Alexandre Gusmão, em Brazlândia (DF). A entrega da obra está prevista para setembro de 2021.
O projeto prevê geração de energia elétrica de fonte fotovoltaica, dimensionada para ser capaz de produzir e injetar no sistema de compensação, na categoria minigeração, a quantidade de 7.000 MWh por ano. Será instalada uma Central Geradora Fotovoltaica (CGF) de 3,70 Mwp com mais de 8.000 módulos, infraestrutura, equipamentos, periféricos e acessórios. Isso inclui estruturas para cercamento, sistemas de segurança infraestrutura civil e melhorias requeridas pelos diversos órgãos reguladores e ambientais.
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