O Brusque merece
Os dois finalistas já foram definidos para sabermos quem será o grande campeão deste ano de 2020, um ano para ser esquecido. De uma parte deu a lógica, o Brusque, que depois de vinte e oito anos irá disputar mais uma vez a decisão de um campeonato catarinense. É bom salientar que em 1992 o clube se sagrou campeão em cima do Avaí. O Brusque irá enfrentar um adversário difícil, a Chapecoense, que irá disputar sua quinta final consecutiva, e isso tem que ser respeitado. Quem vai ser campeão é uma incógnita, o Brusque não sabe o que é ser derrotado faz tempo dentro de casa. A Chapecoense é um time de guerreiros. Nessa decisão de campeonato dos nossos clubes do interior, o recomendável é não apostar em nenhum. Mas, pela campanha, o Brusque merece.
Treinadores retranqueiros
A grande maioria dos torcedores e fãs do bom futebol preferem assistir a um bom jogo de futebol, com trocas sucessivas de passes, dribles, um jogo que se torne um espetáculo. Mesmo assim, temos técnicos que mesmo competentes e vitoriosos não querem montar seus times para praticar esse tipo de futebol, geralmente eles são apelidados de treinadores retranqueiros. E foi assim com Rodrigo Santana, que passou pelo Avaí recentemente. São os “professores” que quando vêem seus times ganhando, fazem substituições para se defender, e quando estão perdendo colocam jogadores para atacar. Esses são os famosos retranqueiros. Assim não há time que aguente.
Sem precisar vender
Quando o assunto é idade no meio futebolístico, essa temática geralmente vem acompanhada de certo preconceito que abrange diversos sentidos, como alto desempenho e alta performance física durante uma partida. Se formos analisar em termos de idade, os jogadores que compõem a zaga do Avaí temos: o experiente Betão, com 36 anos, Ralf, outro jogador rodado, com 36 anos, Airton, com 35, e Rafael, com 36. Tudo bem que mesclar experiência com juventude é algo necessário num bom elenco, todavia aproveitar mais bons jogadores de suas categorias de base também é algo necessário, sem precisar vender boas revelações. Foi assim com Gabriel, que está trocando o futebol francês pelo inglês, e Guga, que é titular no Atlético/MG e está sendo pretendido pelo Flamengo.
Vejo demérito
Não vejo demérito algum o Figueirense ser desclassificado desse estadual pelo Juventus de Jaraguá do Sul. O Moleque Travesso pode não ter a tradição, história e as conquistas que o alvinegro possui no futebol catarinense. Vergonhoso foi a maneira como o time jogou dentro de sua casa e foi goleado dando adeus ao Catarinão 2020. O técnico Jorginho surpreendeu a todos montando um esquema tático quase perfeito, dando um nó no esquema tático do treinador alvinegro, que teve tempo de corrigir os erros de seu time e não fez. E pra amenizar o torcedor alvinegro, não foi só o Figueirense que deu esse vexame. O São Paulo também em pleno Morumbi conseguiu ser desclassificado pelo modesto time do Mirassol. Fazia tempo que a capital não ficava sem um representante na semi-final.
Muito trabalho
Assim como foi em Chapecó quando a Chape meteu 2 a 0 ao natural no Leão, a Chapecoense saiu do oeste, chegou em Florianópolis e dentro de uma Ressacada totalmente vazia, por conta do Covid-19, encontrou um Avaí sem alma, muito lento, que mais parecia não ser aquele time que entrou na disputa deste catarinão com um elenco nada barato e que era um dos favoritos ao título. O bom time do oeste catarinense veio a Florianópolis com uma tática muito bem definida, apresentou um futebol competente e aplicado e saiu daqui com um empate em 1 a 1, que tirou o Avaí das semi-finais. Geninho terá muito trabalho para avaliar e fazer as devidas correções nesse time para a Série B.
Via retal
O prefeito de Itajaí, Volnei Morastoni (MDB), que também é médico, vem causando algumas polêmicas nessa pandemia do coronavírus com procedimentos fora dos padrões da OMS. Depois de defender o uso da cloroquina e da ivermectina, que são remédios antiparasitários no combate ao Covid-19, Morastoni causou uma grande controvérsia após aparecer em um vídeo oferecendo ao povo de Itajaí um tratamento com ozônio via retal. Diz o prefeito que é uma aplicação “tranquilíssima”, “rapidíssima” através de um cateter fininho. Bastou para o criativo povo brasileiro fazer as suas zoações. E se a moda pega por aqui? Cala-te boca.
Ninguém cobra
A grande maioria do nosso povo tem alguma vivência, já atravessaram o deserto algumas ou várias vezes. Seja no plano político, coletivo, individual, familiar ou profissional. Nessa época de pestilência essa travessia pelo deserto parece que ainda vai se alongar sem uma perspectiva de findar esse sacrifício que esta sendo padecido pelo isolamento privativo sem a autorização de torcedores nas arquibancadas. Por conta disso a crise brasileira se agrava e as dívidas nos nossos clubes só tendem a aumentar atingindo cifras exorbitantes e ninguém sabe como eles irão pagar tudo isso. Enquanto isso os nossos dirigentes gastam em contratações desnecessárias e ninguém cobra.
Drops da arquibancada
- Esta semana Santa Catarina perdeu um grande comunicador. Morreu na tarde desta quarta-feira (5/8), o meu bom amigo Valter Souza, aos 80 anos, por problemas seríssimos de saúde. Valter trabalhou em rádio e televisão catarinense e deixou um grande legado.
- Também é com tristeza que recebi a noticia das mortes das minhas boas amigas Maria Helena Soares dos Anjos, a minha querida Leninha, e da Alessandra Klettemberg, a nossa Lele. Aos familiares e amigos a coluna presta suas homenagens póstumas.
- Como diria o velho ditado: “Águas passadas movem moinhos”. O Figueirense deve deixar o passado para trás e agora é focar no início da segundona brasileira e no seguimento da Copa do Brasil.
- Por enquanto o Concórdia está garantido na primeira divisão do nosso futebol em 2021, já que derrotou o Tubarão por 2 a 0. Só que o Tubarão entrou com um recurso no TJD alegando ser prejudicado por conta da pandemia. Por conta disso o peixe do sul ainda não foi rebaixado.
- O Náutico, primeiro adversário do Avaí na Ressacada, neste sábado, pela Série B, vem para Floripa com umas figurinhas carimbadas do nosso futebol. O meia atacante Jorge Henrique, que já defendeu o Figueirense, e o técnico Gilmar Dall Pozzo, que já foi goleiro do Leão.
Cartão rosa/vermelho
Cartão rosa para todos os pais que têm seus altos e baixos, felicidades e intrigas, fica bravo e quieto, mas nunca deixa de ser o melhor pai do mundo. Porque pai não é o que faz, pai é aquele que participa sempre.
Cartão vermelho para a violência doméstica que sofrem as nossas mulheres todos os dias. São mulheres que morrem vítimas de feminicídio, são mulheres que perdem suas vidas brutalmente pelo simples fato de serem mulheres. Esse flagelo que existe há muito tempo em nossa sociedade e aumenta ainda mais em época de confinamento. É preciso dar um basta.
Pensamento do Bambi
Na reta final das eleições os candidatos ficam iguais a Xitãozinho e Chororó: vão negando as aparências, disfarçando as evidências…