A Prefeitura de Palhoça decidiu fazer uma calçada nova e mais larga na Av. Barão do Rio Branco, no Centro da cidade. Até aí tudo bem. Porém, o serviço está dando uma dor de cabeça para moradores e comerciantes que já tiveram a intervenção na frente de seus imóveis.
Isso porque, alegam, a prefeitura não consultou ou sequer informou sobre a obra, que começou há um mês. Quando perceberam, havia o bloco na frente dos estabelecimentos. O problema é que a calçada é cerca de um palmo mais alta do que o pavimento anterior, o que está bloqueando as vagas e entradas de garagem.
“Agora os comerciantes vão ter que gastar para se adequar e não fomos informados sobre isso. Ninguém é contra a calçada, mas do que jeito que ficou não está bom e o movimento já caiu 40%”, diz Letícia, gerente de uma loja de som automotivo.
Seu colega, Fábio, informa que também tentou entrar em contato com vereadores para consertar a situação, mas sem resposta. “Liguei pra eles pra ver se nos atendiam, inclusive para melhorar a sinalização, porque duas vezes já caiu gente nesse degrau”, relata.
Outros comerciantes, que não foram consultados, conseguiram que momentaneamente a obra não travasse a entrada de veículos para as lojas, mas ao mesmo tempo começou a empoçar a água, que antes não acumulava nesses locais. Nessa semana, alguns moradores do prédio Dolce Vitta também protestaram contra a intervenção.
Para o empresário Antônio Hillesheim, da AM Construções, que também tentou uma explicação por parte da prefeitura, o problema não é a calçada, mas da forma que é feita. “Quando soube, fui dar uma olhada e vi que é um absurdo. Estão colocando a calçada sobre a casa de gás de um prédio, o que não pode ser feito, e de quem é a despesa? Também me disseram na prefeitura que vai ser feito de qualquer jeito. Não sou contra a calçada, mas não que seja malfeita”.
O que diz a prefeitura
A Secretaria de Infraestrutura e Saneamento de Palhoça diz que a obra está sendo realizada dentro das regras estabelecidas pelo Plano Diretor e pelo Códio de Obras. “Tudo está sendo feito de acordo com a legislação, portanto, sem a necessidade imperativa da realização de audiência pública. O meio fio está mais baixo que a rua para a água da drenagem escoar e não alagar o passeio em dias de chuva. Adequações necessárias serão feitas na sequência, para não causar problemas aos comerciantes”, diz nota da prefeitura.
Ainda segundo a prefeitura houve um diálogo com moradores do Dolce Vitta Residence e ficou acordado que um acesso à garagem ficaria liberado e o outro bloqueado temporariamente. Não houve um fechamento total dos acessos à garagem.
“A secretaria esclarece que nenhum caso de desapropriação foi formalizado, assim como propriedades particulares serão respeitadas e nenhum muro sofrerá alterações sem o consentimento do proprietário. (…) A princípio, apenas o muro da Policlínica Municipal, propriedade pública do município, vai precisar ser derrubado para permitir a largura padrão da calçada. Trata-se de uma obra de passeio e ciclovia, dentro dos padrões e lei de acessibilidade do município, visando humanizar a região central do município, dando mais vida para o comércio, trazendo mais segurança a pedestres e ciclistas”, finaliza o informe da prefeitura.
