Em uma reunião tumultuada nesta quinta-feira (19/9) a Câmara de Florianópolis aprovou a abertura da CPI da Zona Azul para investigar possíveis irresponsabilidades no contrato entre a Prefeitura e a empresa Dom Parking, que administrava os estacionamentos da capital até a última sexta-feira (13). Foram oito assinaturas para a abertura da comissão, em reunião convocada de forma ordinária pelo membro mais velho dos cinco indicados pelos partidos, o vereador Dalmo Menezes.
Na semana passa a prefeitura, após aval da justiça, rompeu o contrato com a Dom Parking, porque a empresa não repassava a arrecadação para o município. A dívida atualmente estaria na casa de R$ 21 milhões, mas esse montante também deverá ser uma apuração dos vereadores.
O presidente da comissão parlamentar de inquérito será Gui Pereira (MDB), na relatoria Gabriel Meurer (PSB), e os membros Dalmo Menezes (PSD), Lela (PDT) e Pedrão (PP).
Os vereadores Lela e Pedrão já vinham há alguns meses tentando abrir a CPI da Zona Azul, mas não encontravam respaldo. Em junho um pedido dede abertura da CPI fora lido em plenário, mas sucesso. Agora a base do governo manobrou para permitir a abertura da CPI, mas com vereadores da base da presidência.
Em pronunciamento na reunião desta quinta, o vereador Lela afirmou que irá convocar a Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio, “para poder ajudar a levantar onde foi para os R$ 21 milhões, que é o que a população quer saber, que foi tirado das ruas da cidade, não está no cofre da prefeitura e não está com os trabalhadores [da Dom Parking]”.
Já no poder executivo, após a rescisão do contrato com a empresa, a prefeitura diz que prepara o lançamento de um novo edital para uma nova empresa prestar o serviço na cidade. Estava previsto para essa semana.
A Dom Parking é uma empresa associada a um grupo familiar com um longo histórico de problemas em Santa Catarina. Em Joinville e Balneário Camboriú, municípios em que a empresa operou os sistemas de zona azul, há denúncias similares: falta de repasses à prefeitura e ausência de depósito de FGTS para os trabalhadores, por exemplo.