*Por Gustavo Raposo
É muito provável que você conheça alguém que já se enrolou com as dívidas no cartão de crédito – seja um amigo, familiar ou até mesmo você. Saber fazer uso deste recurso é essencial para garantir a eficiência do seu planejamento financeiro pessoal, evitando assim dívidas incontroláveis e cobranças de juros exorbitantes por parte da operadora. Sempre digo que o cartão de crédito pode ser uma ferramenta muito útil e vantajosa se usada da maneira correta.
Dados da Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs), apontam que as transações cresceram 42% no terceiro trimestre de 2021 e movimentaram R$ 420 bilhões. Já os cartões pré-pagos tiveram alta de 153%.
Esse meio que permite conquistar bens em prestações de fácil acesso, pode também levar a um enorme endividamento. Isso acontece porque o cartão é hoje o instrumento de crédito com os juros mais altos do mercado, podendo chegar a 500% ao ano. Números da Pesquisa Nacional de Endividamento e Inadimplência (Peic), da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), mostram que a modalidade lidera a lista de dívidas do brasileiro, com 86,5%.
A partir de agora, você pode até se perguntar, cartão de crédito ou débito: qual escolher? A diferença entre eles está no prazo de pagamento. Ao utilizar o débito, o dinheiro que está na sua conta corrente sai imediatamente. Já o pagamento em crédito concede um prazo até o vencimento da fatura.
Os problemas começam quando, no momento do pagamento da fatura do cartão, você não possui o valor total. Uma forma muito tentadora, e que muitos caem, é optar pelo pagamento mínimo da fatura (normalmente 15%) e parcelar o restante novamente. Porém, é neste momento que começam os juros.
Para que isso não ocorra, listei uma série de erros que você precisa evitar ao usar o cartão de crédito. Confira.
1. Não saber o quanto pode gastar por mês: primeiro, é essencial que você saiba no que está gastando e quanto pode fazer uso por mês. Para isso, é mais do que necessário tem um planejamento financeiro e controle de todas as suas despesas. Coloque na ponta do lápis a entrada e saída de tudo.
2. Ter um limite que te leva ao endividamento: pode parecer maravilhoso ter um alto limite de crédito no seu cartão, porém, se ele não condiz com a sua realidade, fica muito fácil cair na cilada. Procure solicitar um limite que te ajude a manter os valores das faturas em dia. Recomenda-se que o limite de cartão de crédito seja de até 50% da sua renda.
3. Atrasar o pagamento da fatura: seja por esquecimento ou falta de planejamento, deixar de pagar a fatura do cartão na data de vencimento é perigoso. Mesmo que por um curto período, os juros já serão cobrados. Se você tem dificuldade de se lembrar, programe um alarme no seu celular que te recorde desse assunto. Fique atento!
4. Não acompanhar os gastos durante o mês: sabe aquele susto na hora que chega a fatura? Isso só acontece com quem não acompanha os gastos durante o mês. Não precisa ser diariamente, mas uma vez na semana, ou a cada 15 dias, dê uma olhada em como está a soma da sua fatura e veja quanto ainda tem disponível para gastar.
5. Pagar caro em tarifas e anuidades: muitos cartões de crédito cobram tarifas e anuidades. Porém, hoje em dia temos várias opções sem essas taxas, mas que às vezes, não proporcionam benefícios e pontuações. Faça os cálculos para saber se para você é ou não interessante o pagamento de anuidades.
Por fim, vale destacar que o cartão de crédito é o recurso que permite você concentrar em um único lugar os seus gastos. Ele pode também parcelar as compras mais caras e oferecer benefícios de parcerias como programas de milhagens. Com isso, ele pode sim ser um aliado no dia a dia com as finanças, basta apenas ser utilizado com sabedoria e planejamento.
*Gustavo Raposo, CEO da Fintech catarinense Leve