Casan e Florianópolis assinam acordo para conservação ambiental de mananciais

    Parques da Lagoa do Peri e das Dunas da Lagoa da Conceição receberão aporte mensal de até R$ 86 mil para preservação do ambiente

    A Casan e a Prefeitura de Florianópolis assinaram nesta sexta-feira (21/10) um decreto que estabelece repasse financeiro regular da companhia para o município referente à captação de água na Lagoa do Peri, com objetivo de mantê-la conservada, assim como a Lagoa da Conceição.

    O montante será calculado a partir do uso de água (captação) para abastecer uma população de cerca de 100 mil pessoas do sul da ilha durante o ano e até 150 mil pessoas na alta temporada. Segundo a prefeitura, para o Monumento Natural Municipal da Lagoa do Peri, o repasse da Casan deve ser de R$ 53 mil por mês, e para investir na preservação do Parque Natural Municipal das Dunas da Lagoa da Conceição – por causa da lagoa de evapoinfiltração que fica dentro da área – o valor estimado é de R$ 33 mil mensais.

    Captação de água na Lagoa do Peri
    Captação de água na Lagoa do Peri: companhia vai compensar município pelo uso do recurso – Foto: Lucas Cervenka/CSC

    O dinheiro, aplicado no Fundo Municipal de Meio Ambiente, será usado para custear ações de fiscalização e manutenção ambiental, ainda a serem definidas pelos técnicos da prefeitura, como compra de equipamentos, projetos de educação ambiental e remuneração de pessoal, entre outras possibilidades. O uso seguirá os planos de manejo dos mananciais. Tanto os planos, como os conselhos das áreas estão em elaboração.

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    A assinatura ocorreu na sede do parque municipal com a rubrica do prefeito, Topázio Neto, e da presidente da Casan, Roberta Maas dos Anjos, além de representantes da Aresc, Câmara de Florianópolis e prefeitura.

    Segundo a presidente, a ideia já era antiga e tentava-se articular um denominador que a companhia pudesse pagar à cidade – sem interferir na tarifa. “A gente sabe da importância da preservação e fiscalização ambiental, até porque hoje é a Lagoa do Peri tem a Bandeira azul. A gente tem o nosso manancial de água aqui. Então pela importância de preservar a gente acabou tendo uma ideia conjunta de ter algum recurso financeiro para poder então colaborar com a preservação do parque, tanto aqui como na Lagoa da Conceição”.

    Casan e Florianópolis assinam convênio para conservação ambiental de mananciais
    Assinatura para o repasse mensal foi na sede do Parque da Lagoa do Peri – Foto: PMF/Divulgação/CSC

    Correio SC – Assim como no sul da ilha, na Grande Florianópolis a maior parte da água vem de um parque (Serra do Tabuleiro); existe uma relação muito próxima da água e a conservação ambiental. Há perspectiva de se fazer esse tipo de parceria em outras locais do estado que precisem de áreas protegidas?

    Roberta Maas – Tem possibilidade, porque a Casan já vem faze. Temos o consórcio Iberê lá no Oeste e em outros municípios que a gente acaba colaborando com a reconstituição da Mata Atlântica. A própria Aresc já vem fazendo um trabalho para poder preservaçãor, e a gente já vez falando sobre isso, é o projeto Produtor de Águas. Então não só a gente já vem fazendo, como pretende ampliar para outros municípios.

    Topázio: meio ambiente é o maior ativo

    Já o prefeito da capital, Topázio, afirmou que a Casan e a Prefeitura têm uma relação de exigências: “Temos deixados muito claro que antes de ser uma parceria, temos uma relação de cliente e fornecedor. A Casan é nosso fornecedor na questão ambiental, com relação a água e tratamento de esgoto, e por isso precisa se responsabilizar por tudo que acontece na cidade. Tivemos a notícia do acidente que aconteceu na Lagoa nessa semana, por uma questão operacional ou não. Nós seremos implacáveis na cobrança do contrato. Não podemos ter acidentes como aconteceu lá, absolutamente previsíveis”, lembrando do extravasamento nessa semana.

    Ele também ressaltou a necessidade de se investir em conservação. “Nós temos a convicção de que o meio ambiente é o maior ativo em termos de valorização de tudo que nós temos. O meio ambiente nos ajuda a valorizar a cultura, as edificações, tudo isso. Temos diversas unidades de conversação. Fizemos a contratação de uma empresa especializada, que junto aos técnicos da prefeitura, vão fazer os planos de manejo. Para cada unidade de conservação vamos definir os usos para que a população possa desfrutar de maneira sustentável desse grande ativo que temos dentro da cidade”.

    Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br

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