Caso Mariana Ferrer volta a repercutir por entendimento de ‘estupro culposo’

Acusado foi absolvido em setembro, mas o assunto voltou às redes com revelação da inédita sentença

Por Ana Ritti

O caso da denúncia de estupro contra Mariana Ferrer, em dezembro de 2018 no Café de la Musique, voltou a repercutir nessa terça-feira 03/11) nas redes sociais após uma reportagem do The Intercept Brasil, que mostra um vídeo da audiência e destaca uma espécie de entendimento por “estupro culposo”.

O termo e as expressões “humilhada”, “que nojo”, “provas”, “juiz”, “não existe estupro culposo”, além do nome de Mariana e do acusado estão entre os assuntos mais comentados do Twitter no Brasil. A hashtag #justicapormariferrer aparece como terceiro assunto mais comentado no mundo na mesma rede, replicada por diversas personalidades.

Publicidade

Na sentença, o promotor Thiago Carriço, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), aponta que não tinha como o empresário André de Camargo Aranha saber se a jovem estava ou não em condições durante o ato sexual. Segundo a matéria, o réu foi absolvido por uma sentença de “estupro culposo”, uma argumentação jurídica inédita que tenta expressar quando não há a intenção de estuprar. O crime não está previsto na lei brasileira. Dessa forma, o juiz Rudson Marcos absolveu o empresário, por falta de provas por estupro de vulnerável.

Nas redes sociais, as pessoas repercutem o caso e o vídeo da audiência, de setembro, em que o advogado de Aranha, Claudio Gastão da Rosa Filho, mostra fotos sensuais de Mariana como modelo e diz que não teria “uma filha do teu nível” e “teu showzinho tu dá lá no teu Instagram pra ganhar mais seguidores”. Chorando, Mariana pede para que pare de ser tratada dessa forma. O juiz não interrompe Gastão, apenas oferece à Mariana um intervalo.

O caso

A influencer Mariana Ferrer foi estuprada em dezembro de 2018 no Café de La Musique, em Jurerê Internacional, supostamente por André de Camargo Aranha. Ela trabalhava no local e era virgem. Cerca de três meses após o crime, Mariana levou o caso à público falando sobre a inépcia da Polícia Civil em investigar. O caso ganhou notoriedade nacional. Na justiça, o MPSC mudou o entendimento no julgamento e argumentou pela falta de provas. Mariana acabou perdendo a causa.

Publicidade