Por Ana Ritti
A China é hoje uma das principais fontes de lucro estrangeiro do Brasil, com mais de US$ 58 bilhões investidos em produtos brasileiros durante 2020, segundo a Comex Stat – estatísticas de comércio exterior do Brasil. O mercado chinês é o maior destino das exportações catarinenses. Além disso, Santa Catarina importa produtos da China, sendo os principais os semicondutores, revestimento de ferros laminados planos, aquecedores elétricos, fios de filamento sintético e transformadores elétricos. Até outubro foram gastos mais de US$ 4 bilhões.
De janeiro a outubro de 2020, os principais produtos exportados de Santa Catarina para a China foram soja, carne suína, carnes de aves, madeira serrada e miudezas comestíveis, como apontam indicadores da Fiesc. Entre os principais destinos de exportações catarinenses e em comparação ao mesmo período no ano passado, o país asiático teve um crescimento de 11%, enquanto Estados Unidos, Argentina, México e Japão apresentaram queda.
Especializada em comércio exterior, uma empresa de Balneário Camboriú aponta a importância da parceria com a China, mesmo em tempos de pandemia. “Apesar de estarmos passando por uma série de restrições geradas pela Covid-19, que mudou a posição política e a imagem da China no mercado mundial, isso não muda o fato de que o Brasil produz muita proteína animal e vegetal e o maior consumidor de proteína no mundo é a China, com uma população de 1,3 bilhão de pessoas”, explica Rogério Marin, diretor da Tek Trade. A empresa atua no ramo comércio exterior, sendo que o país asiático representa a maior fatia de mercado da companhia, atualmente 80% do volume total de negócios.
Além disso, a boa relação com o país asiático é fundamental para o comércio brasileiro. “Não é interessante para o Brasil uma briga comercial com a China, pois nossa balança comercial é muito positiva, são eles nossos maiores compradores de soja, milho e minerais”, complementa.
Exportações catarinenses
De acordo com os dados da Comex Stat, Santa Catarina já importou para a China cerca de US$ 1,5 bilhão somente em 2020, o que representa uma fatia de 22% do mercado catarinense exterior. O segundo mercado mais comprador do estado são os Estados Unidos, com uma fatia de 16,1% e valor nesse ano (até outubro) de US$ 1,087 bilhão. Em terceiro e quarto lugares estão Argentina (US$ 344 milhões) e Chile (US$ 240 milhões).
Para a China, dados da Fiesc apontam como é a relação das economias municipais catarinenses, com exportações de insumos agrícolas e importação de produtos industrializados.
