A cobertura vacinal em Santa Catarina está muito aquém do necessário para se resolver o problema da pandemia de coronavírus, e não é apenas pela escassez de vacinas em todo o país. Há outros pequenos ajustes que devem ser feitos no trabalho, para melhorar o comparecimento do público-alvo aos postos de vacinação.
Nem todos que poderiam receber a vacina contra Covid-19 estão recebendo a dose em Santa Catarina. Há motivos diferentes para a ausência do público-alvo total em cada município, que podem ser falta de contato ou mesmo desatenção ao prazo certo por quem deve comparecer nos locais.
Pontualmente em alguns municípios, a Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica de SC) já recebeu relatos também sobre a recusa em algumas pessoas se vacinar. Não é a maioria dos casos de falha na cobertura vacinal, mas atrapalham na estratégia de vacinação.
Em Florianópolis, a prefeitura convocou os idosos de 78 anos ou mais para a segunda dose de vacina contra a covid. No total, 804 idosos da faixa etária não foram receber a última dose do imunizante até terça-feira (6) e a prefeitura passou a reforçar o chamado às datas corretas.
Em Palhoça, a vacinação nos idosos acima de 80 anos está abaixo do esperado. 1.167 pessoas da faixa etária ainda não receberam a vacina, de acordo com a prefeitura. Já no grupo dos trabalhadores da saúde, a busca pela imunização é maior que o quantitativo de doses recebidas. O município informa que se organiza para vacinar conforme o número de doses disponíveis enviadas pelo estado, retomando a vacinação de acordo com nota técnica e deliberações da CIB.
Em Blumenau a prefeitura também relatou 1.488 faltas de usuários que agendaram, mas não compareceram na data marcada para receber a vacina. Apesar de não haver remanejamento imediato da agenda, com ocupação de horário por outros usuários, a comunicação da falta evita desperdícios do imunizante e auxilia na agilidade para que a Prefeitura possa oferecer novas agendas de vacinação.
Revisão de base de dados
Um dos trabalhos que pode auxiliar em uma melhor cobertura vacinal é a revisão da base de dados de cadastros, que a nova secretária de Saúde, Carmen Zanotto, já afirmou que pretende fazer, porém ainda sem início. A intenção da secretária é de que as prefeituras tenham dados mais completos e cadastros mais atualizados, de forma a promover uma busca ativa por todos que já podem ser vacinados, mas por algum motivo ainda não foram.
A gerente de imunização da Dive, Arieli Schiessl Fialho, explica que a Dive mantém junto com os municípios o trabalho de busca ativa para vacinar ao máximo todo o público previsto em cada etapa. “Orientamos sobre as diversas estratégias para conseguir contato e convencer as pessoas a se vacincar”, explica. Mas a diferenças na quantidade de pessoas vacinadas com a que foi estimada tem diversos fatores. “Também em alguns casos a estimativa populacional está errada, com um cálculo de pessoas a receber a vacina superestimado”, diz a gerente.
2,6% da população vacinada
Conforme o último boletim da Dive, de 7 de abril, Santa Catarina aplicou um total de 940.941 doses da vacina (Dose 1 + Dose 2) nos grupos prioritários. Do total de doses aplicadas, 749.334 correspondem a dose 1 (D1) e 191.607 a dose 2 (D2), o que significa que apenas 2,6% de toda a população catarinense está imunizada contra o coronavírus.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br