Após mais de dois anos de imbróglio sobre o projeto, começou nessa terça-feira (10/1) a reforma do piso na parte leste do Centro Histórico de Florianópolis, região entre a Av. Hercílio Luz e a Praça XV.
A ideia da prefeitura de reformar o Centro Leste foi anunciada em fevereiro de 2020, porém foi motivo de conflitos pela intenção de substituir os paralelepípedos históricos por paver. Posteriormente, em acordo com o MPSC, decidiu-se pela manutenção do piso. Agora, porém, é possível que a obra tenha novo impasse, com o Iphan.
As intervenções de retirada dos paralelepípedos históricos começaram nas ruas João Pinto e Tiradentes, segundo a Prefeitura de Florianópolis por conta do menor trânsito de pessoas e veículos. As pedras foram retiradas para limpeza em um pátio da prefeitura. O município informou que a uniformização dos paralelepípedos, para deixá-los na mesma altura das calçadas, resultará em maior acessibilidade.
Os próximos passos acontecerão nas ruas Nunes Machado, Arcipreste Paiva, Ilhéus, Antônio Luz e a Praça Fernando Machado. As obras no entorno da Praça XV acontecerão somente depois do Carnaval, por conta do movimento intenso nesta época do ano. Serão reformadas ainda as ruas Rua Victor Meireles, Rua Saldanha Marinho, Rua General Bittencourt e Travessas Ratcliff e Osmar Regueira. O custo é de R$ 7 milhões.
A Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Florianópolis comemora a obra, por acreditar que a revitalização trará de volta uma circulação maior de pedestres na região. Segundo a entidade, o Terminal Cidade de Florianópolis ao longo dos anos teve redução de passageiros e afetou o comércio. A revitalização, então, poderá trazer mais gente à região.
À entidade, o secretário municipal de infraestrutura, Valter Gallina, afirmou que o planejamento é concluir a revitalização em setembro: “A expectativa da prefeitura é concluir a revitalização até setembro deste ano. Começamos pela João Pinto por não ter trânsito e sair da inercia para pegar o ritmo. O entorno da Praça XV faremos após o carnaval, quando a cidade estará mais tranquila”, pontuou o secretário.
“Temos trabalhado arduamente para que a área seja revitalizada e retorne à normalidade com circulação de visitantes e moradores. Com isso, a região ficará convidativa para abertura de novos negócios e, principalmente, mais segura para população passear e conhecer um pouco mais da cultura histórica do local”, diz o presidente da CDL da capital, Júlio Geremias.
Iphan pede paralisação
Há, porém, comerciantes da região do Centro Leste que não gostaram da forma com que a intervenção iniciou. Alguns reclamam de falta de informações e aviso aos estabelecimentos.
Já o Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) pede a paralisação da obra. Segundo o órgão, incumbido de cuidar do patrimônio e intervenções no entorno, como é o caso, a documentação enviada pela prefeitura sobre a obra estava incompleta e não havia ainda a autorização para o início. O Iphan afirma que não há ainda os detalhes arquitetônicos sobre a configuração final do calçadão e, por isso, o trabalho deve paralisado até que se analise o projeto completo.
Em entrevista nesta sexta-feira, o prefeito, Topázio Neto, falou sobre a obra e a articulação com o Iphan, afirmando que não haverá paralisação.
Por Lucas Cervenka – reportagem@correiosc.com.br
