O esporte de alto nível e a economia sempre caminharam lado a lado, principalmente quando se trata do futebol. Nem é necessário ser um expert nessa modalidade para entender que esse esporte é responsável por gerar receitas nos mais diversos seguimentos, não é algo restrito ao universo futebolístico. Por mais que os principais resultados visem os próprios clubes, como patrocínios, direitos de imagem, jogos virtuais e, atualmente, com o avanço da tecnologia sites que trazem os placares em tempo real dos principais jogos, das principais ligas do futebol.
A CBF (Confederação Brasileira de Futebol) achou necessário que fosse feito um estudo sobre o impacto que o futebol brasileiro causa na economia do país. Realizado pela consultoria “EY”, foi apontado que o futebol movimenta um total de R$ 55 bilhões na economia do país, o que representa 0,75% do total do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro, mostrando que R$ 38 milhões são de efeitos indiretos.
No Brasil, em média 25,7 milhões de pessoas acompanham as partidas pela TV. Os locais de encontro, como os bares, que se diga de passagem sofreram horrores com a pandemia e os protocolos de isolamento social, recebem uma quantidade próxima a 15 milhões de pessoas. Normalmente, os locais são equipados com telões e possuem toda uma publicidade voltada para a exibição dos jogos, sejam dos campeonatos nacionais, estaduais ou continentais, inclusive se tornando ponto de encontro de torcedores de determinado clube em todos os jogos da equipe.
O relatório proposto pela CBF procurou entender o futebol brasileiro como indústria, identificar onde esse setor se encontra no cenário econômico, mapear economicamente a cadeia produtiva do futebol e avaliar a sua evolução ao longo dos anos.
Em explanação feita por Walter Feldman, Secretário Geral da CBF, o mesmo afirmou que – “foi um estudo muito profundo, delicado e com resultados significativos. Um diagnóstico completo do nosso futebol na economia do país. Nosso objetivo é entregar esse relatório ao Governo Federal e mostrar a relevância do futebol como negócio e não só como lazer. É um setor produtivo que afeta diretamente nossa economia.
Porém, falta também a integração necessária entre o meio futebolístico e nossos maiores agentes econômicos para que esse potencial seja realizado, como é o caso lá fora.
Um dos grandes exemplos disso é a Inglaterra, que hoje tem em seu território a maior liga do mundo em audiência, atenção, finanças e quem sabe no futuro, até mesmo títulos. Segundo o estudo realizado, somente a Premier League inglesa contribuiu diretamente ao Produto Interno Bruto da economia britânica com 7,6 bilhões de libras entre 2016 e 2017. Além disso, têm-se a criação de 100 mil empregos diretos e indiretos, e 3,3 bilhões pagos em impostos para os cofres da coroa.