Crise sem fim no Figueirense

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Dia 20 de agosto de 2019: a crise financeira do Figueirense chega ao auge e os jogadores se recusaram a entrar em campo contra o Cuiabá, perdendo por WO - Divulgação
Dia infeliz

A crise sem fim no Figueirense causou a maior humilhação da história de um clube quase centenário. Na noite da terça-feira (20/8), por conta de salários atrasados, sem depósitos do FGTS, o não pagamento dos direitos de imagem e promessas não cumpridas pelos seus dirigentes, os jogadores se recusaram a entrar em campo na Arena Pantanal e o time perdeu por WO (walkover) para o Cuiabá. Essa crise que o clube está passando já se arrasta por uns dois anos. O Figueira acumula centenas de processos trabalhistas na justiça de ex-jogadores e ex-funcionários. O dia 20 de agosto de 2019 jamais será apagado da memória do seu torcedor. Será o dia mais infeliz na história do clube alvinegro.

Uma penca

Pagar em dia o salário de um trabalhador é a obrigação de todo dirigente ou patrão que seja sério. Jogador de futebol é um trabalhador, também para fins legais. No regulamento das competições da CBF, o artigo 20 diz que o clube pode ser punido com perda de pontos se esse mesmo clube atrasar salários em um mês. Só que para isso acontecer o jogador prejudicado terá que protocolar um pedido no STJD. Tem sido comum o atraso de salários em vários clubes do nosso futebol. As más gestões estão provocando rombos milionários causando uma penca de processos trabalhistas de jogadores tentando se livrar desses clubes.

Fingem que pagam

Estou aqui a coçar o cocuruto e chego à conclusão que esses cartolas que estão aí a dirigir o Figueirense merecem uma frase classificada no nosso futebol como folclórica: “eles fingem que pagam e eu finjo que jogo”. Essa frase demonstra a conduta de alguns desses dirigentes nesses momentos de crise. Nessa rede de “calotes” e fingimentos o torcedor que pagou por seu ingresso e as TVs que pagam pelo direito de transmitir os jogos são os mais prejudicados. E, cá pra nós, esses jogadores do Figueirense são realmente profissionais. Apesar dos salários atrasados eles honraram a camisa alvinegra até aqui. Chegar fim do mês com contas pra pagar e o salário não aparecer não é bom pra ninguém. Imagine você, alvinegro ou não, nesta situação.

Campeão brasileiro
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Em meio a tantas decepções no nosso futebol, pelo menos uma notícia nos encheu de orgulho no último fim de semana. O Brusque Futebol Clube conquistou no domingo (18/8) o título de campeão brasileiro da série D. Em Manaus, numa Arena Amazonas com mais de 40 mil torcedores, o bom time da terra do marreco realizou o sonho de ser campeão brasileiro pela primeira vez. Foi um jogo de acordo com o clima de Manaus, muito quente do início ao fim. O maior título que o Brusque tinha até então em sua galeria era o de campeão estadual de SC conquistado em 1992 diante do Avaí. Alguns jogadores do atual elenco já começam a receber propostas de várias partes do Brasil.

Continua complicada

Na disputa do clássico catarinense na elite do futebol brasileiro, quem levou a melhor foi a Chapecoense, que tinha a obrigação de vencer o Avaí já que o jogo foi realizado na Arena Condá com bom público. Pela parte técnica não podemos falar que foi um daqueles jogos de prender a atenção do torcedor do início ao fim. Cabia ao Verdão do Oeste as melhores investidas contra a defesa do Leão. Mesmo porque um novo tropeço diante do seu fiel torcedor demonstraria mais uma falta de competência colocando a Chape cada vez mais pra baixo na tabela. A vitória da Chapecoense deu novo ânimo aos torcedores. Enquanto que por aqui na ilha a situação continua complicada.

Vantagem do Verdão

O Palmeiras, que estacionou há um bom tempo neste Brasileirão, está com a faca e o queijo na mão de alcançar uma das vagas para as semifinais da Libertadores. O time de Felipão saiu de POA com a vitória por 1 a 0 num golaço de Scarpa e a vaga ainda está em aberto, mas mesmo assim é uma baita vantagem. Felipão fechou a casinha na Arena do Grêmio mandando o seu time jogar na retranca e sendo eficaz na marcação. Foi um jogo daqueles de deixar o torcedor com o coração na mão. O Palmeiras nos contra-ataques e o Grêmio, que dependia de Everton Cebolinha, que estava pouco inspirado, não conseguiu furar a postura da defesa alviverde. O Palmeiras deu um passo, mas não pode desdenhar a tradição gaúcha na maior competição das Américas.

Drops da arquibancada
  • Dos nove clubes que disputaram a segundona catarinense, vejo que oito times terão possibilidades de ter algum de seus jogadores indicados a craque da série B de SC. O nosso Guarani é o único que não teve indicação e o Blumenau foi desclassificado.
  • Mesmo sendo um clube modesto, o Guarani sempre honrou seus compromissos. Essa parceria que tirou investimentos da base em 2019, tanto é que o clube não disputou o sub-15 nem o sub-17, e também não investiu no profissional foi uma boa? Fica a pergunta.
  • Neste sábado (24) o Avaí vai decidir o título estadual sub-20 contra a Chapecoense, em Chapecó. No primeiro jogo, na Ressacada, o Leão fez 2 a 0 e garantiu boa vantagem. Alberto Valentin poderia aproveitar alguns desses jogadores no time principal.
  • Dois tradicionais clubes do nosso futebol retornam para o campeonato catarinense da série A em 2020. O Almirante Barroso, de Itajaí, e o Concórdia, o Galo do Oeste, que esteve ausente por um bom tempo da elite do futebol de SC.
  • Interessante como o catarinense deu uma queda vertiginosa depois do desaparecimento de Delfin Peixoto, ex-presidente da FCF. Acredito, se vivo fosse, ele jamais deixaria um clube filiado à Federação chegar nesse ponto negativo. Vejo o atual presidente da FCF muito acomodado.
Cartão rosa/vermelho

Cartão rosa pra o Brusque F.C, que é o grande destaque catarinense em 2019. Com um modesto plantel, uma folha de pagamento singela e muita disposição, o Bruscão foi em busca dos seus objetivos e conquistou o título de campeão brasileiro da série D. Parabéns a todos que participaram desta grande conquista. E que isso sirva de lição para os demais clubes de SC.

Cartão vermelho para o senhor Claudio Honigman, presidente da Figueirense Participações e todos os seus asseclas, por deixarem chegar a uma situação humilhante um clube quase centenário e tradicional no futebol catarinense e até mesmo no Brasil. O Figueirense já chegou a ser modelo de administração no futebol brasileiro em tempo não muito distante. Um clube como esse não merece passar por isso.

Pensamento do Bambi

Como diria o velho Vampeta: “Eles fingem que pagam e eu finjo que jogo“.

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