O câncer de pele é a neoplasia mais frequente no Brasil, correspondendo a 33% dos diagnósticos oncológicos no país. Em Santa Catarina, o Instituto Nacional do Câncer (INCA) prevê mais de 15,5 mil novos casos em 2024, sendo 14.510 de carcinomas não melanoma e 1.040 de melanoma, tipo mais raro e agressivo. Com o intuito de promover conscientização, o Centro de Pesquisas Oncológicas (CEPON) organiza atividades direcionadas a pacientes, profissionais de saúde e à comunidade em geral durante o Dezembro Laranja.
Em Florianópolis, a situação é alarmante. A capital catarinense ocupa o terceiro lugar no ranking nacional de incidência de câncer de pele não melanoma entre as capitais. Para 2025, estima-se o registro de 80 casos de melanoma e 2.460 de não melanoma na cidade. No CEPON, referência estadual em oncologia, 452 pacientes com câncer de pele foram atendidos entre janeiro e novembro de 2024.
A gerente técnica do CEPON, Dra. Mary Anne Taves, ressalta a importância da prevenção. “A prevenção é a melhor estratégia para evitar o câncer de pele e preservar a saúde a longo prazo. Campanhas como esta são fundamentais, especialmente em um país tropical como o Brasil, onde a exposição ao sol é intensa e afeta tanto trabalhadores rurais quanto aqueles que realizam atividades de lazer ao ar livre”, explica.
Fatores de risco e cuidados
A dermatologista do CEPON, Dra. Vanessa Sebastiani, destaca os principais fatores de risco, incluindo exposição solar excessiva sem proteção, pele clara, presença de sardas ou pintas, histórico familiar de câncer de pele e idade avançada. “A exposição ao sol sem proteção pode provocar alterações celulares, levando ao câncer de pele. Por isso, é essencial adotar cuidados diários, como o uso de protetor solar e roupas adequadas”, reforça.
O câncer de pele divide-se em dois grupos principais: carcinomas não melanoma e melanoma. Este último, embora menos comum, apresenta alta mortalidade, mas tem chances de cura superiores a 90% quando detectado precocemente. “Ele geralmente aparece como uma mancha ou nódulo, podendo causar dor ou coceira. Nos estágios iniciais, pode ser assintomático, mas, ao evoluir, pode levar a sangramentos e infecções”, explica Dra. Vanessa.
Tratamento e prevenção
O tratamento varia conforme o tipo e o estágio da doença, sendo a cirurgia a abordagem mais comum. Em casos mais avançados, radioterapia e quimioterapia podem ser necessárias. Entretanto, a prevenção continua sendo o melhor caminho. Usar protetor solar com FPS 30 ou superior, chapéus e roupas adequadas, buscar sombra nos horários de maior incidência solar e evitar bronzeamento artificial são medidas essenciais. Segundo Dra. Vanessa, o bronzeamento artificial aumenta em 75% o risco de câncer de pele.
Programação do Dezembro Laranja
No dia 10 de dezembro, às 10h, o anfiteatro do CEPON receberá a dermatologista Dra. Elisangela Boeno para uma palestra aberta ao público sobre prevenção e diagnóstico precoce do câncer de pele. Além disso, a instituição compartilhará conteúdos educativos em suas redes sociais ao longo do mês.