O chefe da Casa Civil do governo de Santa Catarina, Douglas Borba, pode ser retirado do governo de Carlos Moisés neste domingo (10/5).
O possível desembarque ocorre após Borba depor por cerca de duas horas à Polícia Civil na Operação Oxigênio, na parte da manhã desse sábado. Durante a tarde, a cúpula do governo se reuniu na Casa d’Agronômica, residência oficial do governador, para discutir a crise interna.
A informação da saída de Borba foi divulgada por veículos de comunicação, porém negada pela assessoria da Casa Civil na noite desse sábado ao Correio SC. Segundo a Casa Civil, neste domingo poderá ter novidades a respeito da situação do secretário no governo Moisés.
Borba, porém, enfrenta grande desgaste no caso da compra irregular de respiradores para tratamento de Covid-19. Ele foi apontado pelo ex-secretário de Saúde, Helton Zeferino, como responsável por forçar a aquisição superfaturada com a empresa de fachada Veigamed.
A operação da PC desse sábado foi deflagrada para colher provas no caso da compra de 200 respiradores mecânicos, superfarurada por R$ 33 milhões – cerca de R$ 165 mil por aparelho, preço muito superior ao normal. O caso foi revelado pelo The Intercept Brasil.
Na operação, Borba foi depor na sede da Deic, em São José. A PC informou, em coletiva de imprensa, que sequestrou na ação R$11 milhões em contas bancárias, R$ 300 mil em espécie e apreendeu equipamentos da área da saúde. Além de SC, foram feitas buscas em SP, RJ e MT.
O secretário chefe da Casa Civil é o número dois na linha hierárquica do governo Moisés. Os deputados estaduais e a própria vice-governadora, Daniela Reihner, pedem a “cabeça” do secretário frente ao escândalo. A Alesc ainda fará sua própria investigação em uma CPI dos Respiradores, que começa na próxima terça (12).
Em nota ainda nesse sábado, o governador diz que colabora com as investigações da Polícia Civil, Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado. “O Governo do Estado apoia todas as investigações necessárias para investigar as possíveis irregularidades no processo de compra dos respiradores”, diz a nota, que acrescenta que “o gabinete do governador do estado, tão logo tomou ciência de fatos que indicavam a possibilidade de ilícitos, determinou a imediata abertura de processo de investigação, com total autonomia para os investigadores”.
O MP quer que seja retirado o sigilo judiciário do caso, para que mais informações possam ser esclarecidas e veiculadas.