O presidente Jair Bolsonaro e o Ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, fizeram uma reunião virtual na manhã deste domingo (22/3) com os prefeitos das capitais brasileiras. A pauta da pandemia do coronavírus tratou de atualizar as ações nas cidades, com reflexos nos recursos financeiros que serão repassados a cada uma, conforme se amplia o atendimento.
Na conversa com os mandatário federais, o prefeito de Florianópolis, Gean Loureiro, falou sobre como a capital catarinense instalou rapidamente o programa de atendimento pré-clínico “Alô, Saúde”, que já era previsto, e entrou em operação em uma época de alta necessidade. Loureiro, porém, pediu a Mandetta que os atendimentos sejam também somados.
De acordo com o prefeito são 25 mil atendimentos desde segunda-feira (16/3), dia da implementação do protocolo, e que ao menos metade dessa quantidade evitou a ida de mais pessoas aos postos de saúde. O número de atendimento é 0800-333-3233 e já chegou a receber ligações de diversos lugares do Brasil. A prefeitura pede que, quem não for da cidade, ligue para o 136, do SUS.
A preocupação da prefeitura é que, com o serviço de atendimento por telefone, diminui a procura presencial em unidades de saúde e os repasses do Ministério da Saúde aos municípios são de acordo com a quantidade de atendimentos. Assim, o prefeito pede que o MS compute também os atendimento por telefone, para não diminuir o repasse. Segundo a prefeitura de Florianópolis, o próprio ministério da saúde tem interesse no programa “Alô, Saúde”, modelo inspirado em um protocolo inglês.
“A medida que as pessoas vão conseguindo resolver seus problemas via telefone, elas vão usando menos a unidade de saúde, e consequentemente com menos usuários na unidade de saúde, o município recebe menos do Ministério da Saúde”, explica o chefe de gabinete, Bruno de Oliveira.
Credenciamento de UPA
Gean, na audiência, solicitou ao ministro que agilize o credenciamento da UPA Continente para nível 3, que envolve os cuidados avançados em saúde, como o entubamento de pacientes com coronavírus, se necessário. As UPA Norte e Sul de Florianópolis já contam há alguns anos com essa classificação.
Combate ao Sars-Cov-2
Florianópolis foi uma das cidades a tomar medidas de contenção precoces, depois ampliadas pelos decretos estaduais, como a suspensão da circulação de pessoas e o bloqueio às praias. Em nível federal, porém, até esse domingo o governo ainda é resistente à quarentena geral no Brasil, apesar de mais de 1.100 casos de coronavírus e 18 mortes.
Em Santa Catarina, de acordo com o último boletim do governo estadual, há 57 casos de infecções por Sars-Cov-2 (o novo coronavírus), causador da doença pulmonar Covid-19. Desses, 10 casos são confirmados em Florianópolis.
Já as últimas ações anunciadas pelo governo federal envolvem a distribuição de 10 milhões de kits rápidos para identificação do coronavírus em todo o país ainda em março, auxílio emergencial de R$ 15 bilhões para trabalhadores informais e R$ 5 bilhões para micro e pequenas empresas.
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