Energia subiu 30% desde abril, mostra levantamento da Udesc

    Alta na tarifa de energia elétrica em setembro foi de 7,5%

    A inflação percebida pelos consumidores de Florianópolis foi de 0,86% em setembro, quase repetindo o índice do mês anterior. O aumento foi puxado principalmente pelos preços dos alimentos, que tiveram a maior alta mensal do ano (1,2%). A inflação geral acumulada em 12 meses se aproxima dos 10%, com o índice chegando a 9,7%. Desde janeiro, a alta geral dos preços já soma 7,15%.

    E houve nova alta forte da tarifa de energia elétrica em setembro (7,5%), mais uma vez por conta de mudança na bandeira tarifária. Em razão da crise hídrica e as consequentes elevações dessa cobrança extra, a energia elétrica tem uma alta acumulada de quase 30% em relação aos preços de abril.

    Os números são do Índice de Custo de Vida (ICV), calculado mensalmente pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc), por meio do Centro de Ciências da Administração e Socioeconômicas (Esag), com apoio da Fundação Esag (Fesag).

    Alimentação
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    Os alimentos, que correspondem a mais de um quinto do orçamento das famílias, seguem batendo recordes de alta. Em setembro, o preço da comida ficou em média 1,18% mais caro, a maior alta de 2021 em um único mês. O índice bateu com folga o de agosto (até então o maior do ano, com 0,87%).

    Se considerados só alimentos comprados em feiras e supermercados, a alta em setembro foi ainda maior (1,37%). Os maiores aumentos foram os do tomate (31,3%), coxa de galinha (19,3%), laranja paulista (11,7%), peito de frango (11,4%) e beterraba (10,3%). As refeições fora de casa subiram 0,89%, com destaque para o frango assado (6,7%).

    Energia

    Entre os grupos de preços pesquisados, a maior alta foi a dos ligados à habitação (3,76%), puxada por novo aumento das tarifas de energia elétrica (7,15%). Este é o quinto mês consecutivo com alta forte na conta de luz. A tarifa também subiu em maio (5,4%), junho (3,8%), julho (5,7%) e agosto (4,4%). Em relação aos preços em abril, a alta acumulada na tarifa de energia passa de 29,8%.

    Com exceção de agosto, quando pesou no índice o reajuste anual das tarifas das Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), todos os aumentos mensais se deram em razão de mudanças na bandeira tarifária. Em setembro, a alta se deve à criação de novo patamar para cobrança extra na conta (a bandeira de escassez hídrica).

    A bandeira tarifária é um adicional cobrado na tarifa quando há escassez de energia gerada por hidrelétricas e o sistema tem que recorrer às usinas térmicas, mais caras. Os aumentos na bandeira são reflexo direto da crise hídrica no país.

    Outros preços

    Além de alimentação e habitação, houve alta acima da média nos preços dos produtos e serviços ligados aos transportes (1,06%), com destaque para os combustíveis para automóveis (1,38%). Também houve aumento nos preços ligados a despesas pessoais (0,76%) e educação (0,48%).

    Por outro lado, alguns grupos de preços pesquisados ficaram mais baratos, em média. É o caso dos artigos de residência (-0,28%), vestuário (-2,34%) e saúde e cuidados pessoais (-0,69%). Os preços dos serviços ligados a comunicação, como telefonia e internet, ficaram estáveis.

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    Sobre o Índice de Custo de Vida

    O ICV/Udesc Esag registra a variação dos preços de 297 produtos e serviços consumidos por famílias de Florianópolis com renda entre 1 e 40 salários-mínimos. Para o último boletim mensal, os dados foram coletados entre os dias 1º e 30 de setembro.

    [Conteúdo da Udesc/Esag]

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