Espécie de ave migratória é registrada pela primeira vez em SC “passeando” na Lagoa da Conceição

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    Papa-lagarta-de-bico-preto é uma ave migratória, que nidifica na América do Norte - Foto: Débora Malu Marquato/UFSC

    “Posso dizer que o registro dessa ave foi como ganhar na loteria” – com essas palavras, o pesquisador Mateus Ribas, doutorando em Farmácia na UFSC descreve o seu encontro com o papa-lagarta-de-bico-preto, o Coccyzus erythropthalmus, espécie migratória dificilmente encontrada no Brasil e até agora inédita em Santa Catarina. Segundo a universidasde, esse é o quinto registro histórico da espécie para todo o país, o segundo para o sul e o primeiro no estado.

    Mateus estuda o impacto de ações humanas no entorno da Lagoa da Conceição, tanto para a saúde humana, quanto animal e ambiental. Ele se deparou com a espécie durante trabalho de campo no fim de novembro, logo após um período de fortes chuvas em Santa Catarina. A captura de aves silvestres é realizada para a coleta de material biológico, tema mais direto da pesquisa.

    O estudo ocorre no Parque Municipal Natural das Dunas da Lagoa da Conceição e no Parque Estadual do Rio Vermelho para avaliar se atividades humanas próximas a Lagoa da Conceição podem afetar a microbiota dos animais.

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    O papa-lagarta-de-bico-preto, segundo ele, é reconhecido por sua plumagem predominantemente marrom, com um ventre branco e uma listra vermelha ao redor dos olhos dos adultos. Apesar das raríssimas aparições no Brasil, não é um animal ameaçado. “Sua capacidade de se adaptar a diferentes ambientes e sua ampla distribuição contribuem para a sua relativa estabilidade populacional na América do Norte”, comenta.

    A ave é migratória, e estava de “passagem” quando foi encontrada em Florianópolis. O pesquisador comenta que uma equipe comandada pela pesquisadora Marina Somenzari em 2018 explicou que o animal realiza seu processo de nidificação no Canadá e nos Estados Unidos, passando o inverno na região noroeste e centro-oeste-central da América do Sul. “Até o momento, os escassos registros dessa espécie no Brasil foram categorizados como incidentais. Contudo, são necessárias mais pesquisas para esclarecer o padrão de migração dessa espécie no território brasileiro”, argumenta.

    Com infomações da Agecom UFSC

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